São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Indústria sofre quedas recordes no 1º bimestre

EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

A indústria brasileira fechou o primeiro bimestre do ano com queda recorde de faturamento, emprego e horas trabalhadas na produção, de acordo com a pesquisa mensal do setor realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Diante dos números negativos, a confederação afasta a possibilidade de recuperação ainda no primeiro semestre deste ano e já fala em evitar um "desastre" ao final de 2009.
Os principais indicadores da pesquisa mostraram queda de 10,9% no faturamento do setor, recuo de 7,8% nas horas trabalhadas e 0,9% no emprego. Todos os resultados são os piores da série histórica da entidade, iniciada em 2003.
"Não vou dizer que o ano está perdido, pois pode haver uma recuperação no segundo semestre. A situação não está em processo de agravamento, mas está em um nível deprimido, que, se mantido até o fim do ano, será um desastre", disse o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.
De acordo com o economista, a indústria precisa crescer 9,3% nos próximos dez meses para fechar o ano no "zero a zero".
A pesquisa apontou aumento do faturamento e das horas trabalhadas entre janeiro e fevereiro, mas isso se deve à base fraca de comparação. A massa salarial teve o menor avanço da série histórica. "Os impactos da redução da atividade industrial se manifestam fortemente no mercado de trabalho. Temos, até fevereiro, quatro meses seguidos de queda. E esse enfraquecimento no mercado começa a se refletir no rendimento", diz Castelo Branco.
As indústrias mais afetadas no começo deste ano pela queda no faturamento foram as de metalurgia básica (-42,6%) e madeira (-23,7%), que aparecem entre os setores mais prejudicados por conta da queda nas exportações.
O setor automotivo registrou queda de 10% no faturamento. Também caíram horas trabalhadas e emprego no bimestre. Na comparação com janeiro, o setor teve recuperação, devido ao aumento das vendas por causa da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).


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