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Indústria sofre quedas recordes no 1º bimestre
EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
A indústria brasileira fechou
o primeiro bimestre do ano
com queda recorde de faturamento, emprego e horas trabalhadas na produção, de acordo
com a pesquisa mensal do setor
realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Diante dos números negativos, a confederação afasta a
possibilidade de recuperação
ainda no primeiro semestre
deste ano e já fala em evitar um
"desastre" ao final de 2009.
Os principais indicadores da
pesquisa mostraram queda de
10,9% no faturamento do setor,
recuo de 7,8% nas horas trabalhadas e 0,9% no emprego. Todos os resultados são os piores
da série histórica da entidade,
iniciada em 2003.
"Não vou dizer que o ano está
perdido, pois pode haver uma
recuperação no segundo semestre. A situação não está em
processo de agravamento, mas
está em um nível deprimido,
que, se mantido até o fim do
ano, será um desastre", disse o
economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.
De acordo com o economista,
a indústria precisa crescer 9,3%
nos próximos dez meses para
fechar o ano no "zero a zero".
A pesquisa apontou aumento
do faturamento e das horas trabalhadas entre janeiro e fevereiro, mas isso se deve à base
fraca de comparação. A massa
salarial teve o menor avanço da
série histórica. "Os impactos da
redução da atividade industrial
se manifestam fortemente no
mercado de trabalho. Temos,
até fevereiro, quatro meses seguidos de queda. E esse enfraquecimento no mercado começa a se refletir no rendimento",
diz Castelo Branco.
As indústrias mais afetadas
no começo deste ano pela queda no faturamento foram as de
metalurgia básica (-42,6%) e
madeira (-23,7%), que aparecem entre os setores mais prejudicados por conta da queda
nas exportações.
O setor automotivo registrou
queda de 10% no faturamento.
Também caíram horas trabalhadas e emprego no bimestre.
Na comparação com janeiro, o
setor teve recuperação, devido
ao aumento das vendas por
causa da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
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