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Para FMI, não há crise no mercado,
somente volatilidade temporária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Não existe uma crise nos mercados financeiros, mas sim uma
volatilidade temporária, segundo
o chefe da missão do FMI (Fundo
Monetário Internacional) no Brasil, Philip Gerson. Ele elogiou as
políticas macroeconômicas seguidas pelo governo e disse que é
preciso ter paciência para esperar
a turbulência passar.
"Não há crise, há volatilidade, e
volatilidade é algo normal. Temos
de aceitar que, de vez em quando,
há turbulências no mercado, mas
voltaremos ao ambiente mais estável. Temos que ter paciência",
disse Gerson após reunião com o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
Em sua opinião, a "melhor resposta das políticas [econômicas]"
para lidar com a turbulência no
momento é "ignorá-la". "Achamos que as coisas vão bem no
Brasil", afirmou, ressaltando que
é preciso manter a política econômica atual para continuar a reduzir a vulnerabilidade do país.
Gerson disse que vai recomendar à direção do FMI que aprove a
segunda revisão do acordo com a
instituição, renovado pelo Brasil
no final de 2003. Os trabalhos de
revisão do acordo terminaram
ontem. "O Brasil atingiu todas as
metas estabelecidas com o Fundo.
O governo está seguindo políticas
monetária e fiscal apropriadas,
está progredindo com uma agenda de reformas estruturais muito
importantes para promover o
crescimento do país", disse.
Para ele, há sinais claros de crescimento na economia brasileira
hoje. "Achamos que o país vai
crescer neste ano, especialmente
com o progresso da agenda das
reformas estruturais do governo."
Segundo ele, a diretoria do Fundo vai analisar a segunda revisão
do acordo em junho. Se aprovada,
o Brasil terá mais US$ 1,3 bilhão à
disposição, de um total de US$
14,8 bilhões previstos pela renovação do programa. A primeira parcela, também de US$ 1,3 bilhão,
foi liberada em março, mas o governo não sacou o dinheiro.
Depois de dizer que "sacar ou
não é uma decisão de governo",
Gerson afirmou que, no entendimento do Fundo, "o governo não
tem interesse em sacar". "Não
achamos que seja necessário que
o governo saque", completou.
O atual acordo com o FMI termina em agosto, mas o governo já
informou que não pretende renová-lo. Mesmo assim, negocia com
a instituição mudanças em suas
regras para que os investimentos
das estatais não tenham impacto
no cálculo do superávit primário
-economia de receita para pagamento de juros da dívida pública.
Mais elogios
Em Madri, o novo diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, elogiou ontem a melhoria das condições econômicas brasileiras e disse que as autoridades do país têm
indicado que não irão procurar
novos programas do organismo
nas atuais circunstâncias.
Segundo o espanhol, houve importante mudança na credibilidade do país nos mercados internacionais e as condições estão melhores do que quando o presidente Lula assumiu, em 2003.
"Há uma recuperação do crescimento econômico no Brasil, especialmente a partir do último trimestre de 2003", afirmou.
Com agências internacionais
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