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Regras duras aumentaram as exclusões, dizem tributaristas
DA REPORTAGEM LOCAL
Regras muito duras, critérios
equivocados e excesso de burocracia. Esses são alguns dos
problemas apontados por tributaristas para que a maior
parte dos contribuintes que entraram nos programas de parcelamento anteriores não conseguisse manter-se neles.
Uma dessas regras presente
em todos os programas determina que quem atrasar o pagamento de débitos futuros (por
exemplo, três meses seguidos
ou cinco alternados) será automaticamente excluído.
"Quem entra num programa
desses já tem problema de fluxo de caixa. O ideal seria uma
maior flexibilidade para o pagamento dos débitos futuros, ou
seja, excluir apenas quem atrasasse 6 parcelas seguidas ou 12
alternadas", afirma Plínio José
Marafon, advogado e sócio do
escritório Braga & Marafon.
Para Elisabeth Libertuci, advogada do escritório Libertuci
Advogados Associados, critérios equivocados dos programas anteriores, como o pagamento da dívida em número de
meses, também contribuíram
para a exclusão. "O mais justo
seria fixar o pagamento sobre
um percentual da receita. Isso
permitiria que o devedor pagasse na medida da capacidade
contributiva. Quem entra no
parcelamento quer pagar. Um
sonegador contumaz não adere
a plano, pois esconde receita."
Para Antonio Carlos Rodrigues do Amaral, professor de
direito do Mackenzie, os programas anteriores excluíram os
contribuintes que queriam pagar. Isso gerou a retroalimentação da inadimplência. O novo
programa do governo vai produzir o mesmo efeito. Em dois
anos, as regras duras e a carga
tributária elevada vão retroalimentar a inadimplência."
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