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Atividade industrial cresce após cinco meses de queda
Utilização da capacidade das empresas chega a 78,7%, o maior patamar do ano
Apesar da recuperação, indicador está abaixo dos recordes registrados no ano passado, antes que a crise mundial se agravasse
EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O uso da capacidade instalada da indústria brasileira (utilização do total de suas máquinas e equipamentos) voltou a
crescer em março, após cinco
meses seguidos de queda.
Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a
indústria trabalhou com 78,7%
da sua capacidade, o maior patamar deste ano. Apesar da recuperação, o indicador está
abaixo dos patamares recordes
do ano passado, antes da crise.
Em março de 2008, por exemplo, a indústria operava com
83% da capacidade.
O nível de utilização da capacidade instalada é usado como
um indicador do quanto a indústria pode crescer sem gerar
inflação. Quanto menor o uso,
maior a possibilidade de a indústria atender a um crescimento de demanda sem provocar aumento nos preços.
Em momentos de crise, como agora, a queda no uso mostra um desaquecimento da economia, e a alta, uma retomada
da atividade industrial.
Os indicadores da CNI mostram desaceleração na queda
das vendas. O faturamento da
indústria subiu 2,9% ante fevereiro, segunda alta seguida nessa comparação. Em relação ao
mesmo mês do ano passado,
houve queda de 1,6%. Apesar de
negativo, o resultado é o melhor desde outubro, último mês
em que houve crescimento.
No trimestre, a queda acumulada foi de 7,6%. Desde janeiro, o resultado no ano vem
sendo o pior da série histórica
da CNI, iniciada em 2003. A
queda é menor, no entanto, do
que a redução acumulada até
fevereiro, que era de 10,9%.
O emprego caiu 0,7% em relação a fevereiro -quinta queda seguida. Na comparação
com março do ano passado, a
queda foi de 2,5%. No trimestre, houve recuo de 1,4%. Os
dois dados mais recentes são os
piores da série histórica.
Também houve redução nas
horas trabalhadas, de 0,2% ante fevereiro; 6,6% sobre março;
e de 7,4% no trimestre.
Trimestre
Os indicadores também mostram uma desaceleração na
comparação entre o fim do ano
passado e o primeiro trimestre
de 2009. Nessa comparação, o
faturamento está 3,4% abaixo
do final de 2008; as horas trabalhadas são 5,6% menores; e o
emprego recuou 2,6%. No caso
da capacidade instalada, a média do trimestre está 2,6 pontos
percentuais abaixo.
Para a CNI, os dados de março ainda não apontam uma nítida recuperação do setor, mas
indicam uma estabilização em
relação aos piores momentos
da crise econômica.
"Como existe esse comportamento ambíguo, não se pode
dizer que estamos em uma trajetória de recuperação. Esses
indicadores mostram que você
está em um período de transição", disse o economista-chefe
da CNI, Flávio Castelo Branco.
Segundo ele, os indicadores
não devem mostrar "sistematicamente" dados positivos no
segundo trimestre. Apenas na
segunda metade do ano deve
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