São Paulo, sexta-feira, 08 de maio de 2009

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Bolsa de SP cai 2,8% após seis pregões de valorização

Balanços e queda de ações nos EUA influenciam mercado

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa interrompeu uma sequência de seis pregões consecutivos de alta. Em consonância com o cenário internacional menos favorável, a Bolsa encerrou as operações com queda de 2,80% -mas manteve-se acima dos 50 mil pontos.
Balanços também influenciaram os negócios na Bolsa ontem, tanto de forma positiva como negativa. O resultado da TAM, que obteve lucro trimestral de R$ 54,4 milhões (leia à pág. B9), impulsionou suas ações, que saltaram 13,42%.
Já os papéis de Gerdau e Vale refletiram a decepção do mercado com seus balanços. A ação PN da Gerdau caiu 4,98%, e a PNA da Vale recuou 3,22%.
No mercado americano, as Bolsas fecharam no vermelho. O índice Dow Jones caiu 1,20%. A Nasdaq perdeu 2,44%.
Os mercados fecharam antes de o Fed (BC dos EUA) apresentar o resultado dos "testes de estresse" que realizou com 19 instituições financeiras. Com os testes, o Fed buscou avaliar o limite dos bancos para suportar os efeitos da crise. Segundo o Fed, 10 dos 19 bancos necessitam levantar US$ 74,6 bilhões (leia à pág. B10).
A divulgação de indicadores econômicos melhores nos EUA -como a queda nos pedidos de seguro-desemprego e números melhores do setor varejista- não foi suficiente para animar os investidores.
A Bovespa conseguiu manter seu forte ritmo pela manhã, quando chegou a marcar alta de 1,12%. Mas o enfraquecimento do mercado externo levou os investidores estrangeiros a liquidar posições por aqui. Em outras palavras, preferiram vender ações brasileiras para embolsar os lucros acumulados nos últimos pregões.
Mesmo com a baixa de ontem, o índice Ibovespa mantém apreciação bastante expressiva no ano, de 33,31%. Ontem, a Bolsa fechou a 50.058 pontos, depois de bater em 52.078 pontos na máxima do dia.
"Se alguém dissesse, no início do ano, que a Bolsa estaria em 51 mil pontos no começo de maio, fatalmente esse sujeito estaria condenado ao descrédito público", diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Investimentos.
"O mercado acionário tenta dar preço e capturar uma possível retomada [da economia]. Mas esse processo nos parece ter sido exagerado", diz o economista, que fala em Bolsa a 55 mil pontos no fim do ano.
O mercado de câmbio resistiu à piora das Bolsas. O dólar terminou estável, a R$ 2,111. No ano, a baixa da moeda está em 9,55%. Na mínima do dia, a moeda foi cotada a R$ 2,089 -mesmo assim, o BC preferiu se manter de fora do mercado.
Ontem, o BC divulgou a ata da mais recente reunião do Copom, quando a taxa básica foi cortada de 11,25% para 10,25% (leia à pág. B5). O documento mostrou que novos cortes na taxa virão, e os juros futuros recuaram na BM&F. No contrato que vence na virada do ano, a taxa caiu de 9,65% para 9,56%.


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