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Bolsa de SP cai 2,8% após seis pregões de valorização
Balanços e queda de ações nos EUA influenciam mercado
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa interrompeu uma
sequência de seis pregões consecutivos de alta. Em consonância com o cenário internacional menos favorável, a Bolsa
encerrou as operações com
queda de 2,80% -mas manteve-se acima dos 50 mil pontos.
Balanços também influenciaram os negócios na Bolsa ontem, tanto de forma positiva
como negativa. O resultado da
TAM, que obteve lucro trimestral de R$ 54,4 milhões (leia à
pág. B9), impulsionou suas
ações, que saltaram 13,42%.
Já os papéis de Gerdau e Vale
refletiram a decepção do mercado com seus balanços. A ação
PN da Gerdau caiu 4,98%, e a
PNA da Vale recuou 3,22%.
No mercado americano, as
Bolsas fecharam no vermelho.
O índice Dow Jones caiu 1,20%.
A Nasdaq perdeu 2,44%.
Os mercados fecharam antes
de o Fed (BC dos EUA) apresentar o resultado dos "testes
de estresse" que realizou com
19 instituições financeiras.
Com os testes, o Fed buscou
avaliar o limite dos bancos para
suportar os efeitos da crise. Segundo o Fed, 10 dos 19 bancos
necessitam levantar US$ 74,6
bilhões (leia à pág. B10).
A divulgação de indicadores
econômicos melhores nos EUA
-como a queda nos pedidos de
seguro-desemprego e números
melhores do setor varejista-
não foi suficiente para animar
os investidores.
A Bovespa conseguiu manter
seu forte ritmo pela manhã,
quando chegou a marcar alta de
1,12%. Mas o enfraquecimento
do mercado externo levou os
investidores estrangeiros a liquidar posições por aqui. Em
outras palavras, preferiram
vender ações brasileiras para
embolsar os lucros acumulados
nos últimos pregões.
Mesmo com a baixa de ontem, o índice Ibovespa mantém
apreciação bastante expressiva
no ano, de 33,31%. Ontem, a
Bolsa fechou a 50.058 pontos,
depois de bater em 52.078 pontos na máxima do dia.
"Se alguém dissesse, no início do ano, que a Bolsa estaria
em 51 mil pontos no começo de
maio, fatalmente esse sujeito
estaria condenado ao descrédito público", diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da
Gradual Investimentos.
"O mercado acionário tenta
dar preço e capturar uma possível retomada [da economia].
Mas esse processo nos parece
ter sido exagerado", diz o economista, que fala em Bolsa a 55
mil pontos no fim do ano.
O mercado de câmbio resistiu à piora das Bolsas. O dólar
terminou estável, a R$ 2,111. No
ano, a baixa da moeda está em
9,55%. Na mínima do dia, a
moeda foi cotada a R$ 2,089
-mesmo assim, o BC preferiu
se manter de fora do mercado.
Ontem, o BC divulgou a ata
da mais recente reunião do Copom, quando a taxa básica foi
cortada de 11,25% para 10,25%
(leia à pág. B5). O documento
mostrou que novos cortes na
taxa virão, e os juros futuros recuaram na BM&F. No contrato
que vence na virada do ano, a
taxa caiu de 9,65% para 9,56%.
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