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Brasil ajudará a Grécia com
US$ 286 mi
Recursos serão alocados no FMI e representam cerca de 0,75% do que o Fundo destinará ao país em seu plano de resgate
De acordo com o ministro Guido Mantega (Fazenda), valor sairá das reservas internacionais do Brasil,
mas não reduzirá seu volume
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Brasil fará um aporte de
US$ 286 milhões (R$ 526 milhões) no FMI (Fundo Monetário Internacional) para ajudar a
conter a crise na Grécia, afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O valor
equivale a cerca de 0,75% dos
recursos que o Fundo destinará
ao país.
No final de semana passado,
o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia
anunciaram um plano de socorro de € 110 bilhões à Grécia,
o maior pacote de resgate já
concedido a um país. Só o Fundo participará com aproximadamente € 30 bilhões.
"Colocaremos o que for necessário para ajudar a Grécia",
disse Mantega ontem.
De acordo com ele, os recursos serão provenientes das reservas internacionais do Brasil,
hoje estimadas em US$ 245 bilhões. Mas o empréstimo não
irá reduzir essa cifra, disse, já
que o valor será convertido pelo FMI em direitos especiais de
saque (uma espécie de moeda
emitida pelo FMI) ao Brasil.
"Então a reserva não muda
porque é só uma troca de aplicação, e o direito especial de saque também rende juros."
Um porta-voz do FMI confirmou à Folha que o Brasil
contribuirá com o empréstimo
para a Grécia. Mas essa não será a primeira vez que o país oferece recursos para as operações de crédito do Fundo.
O Brasil passou a integrar em
2009 o clube de credores do
FMI. "São 38 países com uma
situação mais sólida e que no
momento de uma crise são
chamados a colocar dinheiro",
afirmou Mantega.
O ministro não especificou
quando o depósito será efetivado. Ele mencionou, porém, a
próxima reunião dos líderes
G20 (que reúne as principais
economias do mundo), a ser
realizada em Seul, no começo
de junho. "No limite, o G20 irá
resolver o problema [da Grécia] se o G7 [o clube dos países
ricos] não resolver."
Ele reclamou da demora da
União Europeia em encontrar
uma solução para as turbulências na Grécia.
Questionado se o Brasil possui títulos da dívida grega,
Mantega afirmou que alguns
bancos privados brasileiros podem ter esses papéis, mas em
um percentual baixo.
Exportações
De acordo com o ministro, a
crise na Europa terá consequências "muito leves" para o
país e não afetará o crescimento econômico neste ano.
Para ele, o impacto maior deverá vir pelo lado do comércio
exterior. "A recuperação dos
países europeus será mais lenta, então teremos que esperar
mais tempo para aumentar as
exportações para a região."
Ele estimou, no entanto, que
a situação externa deverá ter
uma melhora a partir de 2011
ou 2012, por conta de indicadores positivos em países como os
Estados Unidos. Mantega citou
a criação de 290 mil vagas no
mês de abril no país, o maior
aumento desde março de 2006.
Colaborou ANDREA MURTA , de Washington
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