São Paulo, sábado, 08 de maio de 2010

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Indústria cresce mais em Estados periféricos

Nos últimos 12 meses, Goiás, Amazonas e Pernambuco lideraram a expansão

Para André Macedo, do IBGE, explicação está no fato de, nessas áreas, a estrutura industrial estar focada no mercado interno

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Distantes dos principais centros econômicos do país, Estados como Goiás, Pernambuco e Amazonas lideram a expansão registrada pela indústria do país nos últimos 12 meses.
Enquanto na média nacional a produção acumula queda de 0,3% no período, esses Estados registram alta de 7,7%, 3,8% e 2,5%, respectivamente.
Segundo o economista André Macedo, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o bom desempenho nessas localidades está relacionado à estrutura industrial mais voltada para o mercado interno.
O consumo interno, apesar da crise internacional, manteve-se aquecido devido à manutenção dos níveis de emprego e à expansão da massa salarial.
Macedo ressalta que, nesses Estados, a indústria produz principalmente bens de consumo não duráveis, como remédios e roupas, e bens intermediários, como alimentos e produtos químicos. As duas categorias são as que menos sofreram com a crise.

Crescimento trimestral
Na comparação entre os três primeiros meses de 2010 e o mesmo período de 2009, as taxas de crescimento registradas são ainda maiores.
Nesse caso, porém, a principal expansão, de 44,1%, é verificada no Espírito Santo, que, depois de ver sua indústria extrativa quase parar no início do ano passado, agora começa a reagir, estimulado pela recuperação do mercado externo.
No Amazonas, a alta no período chega a 32,3%, com destaque para os setores de alimentos e material eletrônico.
Em Goiás, a alta registrada foi de 26,7%, puxada pelo bom desempenho da produção da indústria farmacêutica e de alimentos e bebidas.
Já em Pernambuco, o crescimento de 16% é explicado pelo aquecimento da metalurgia básica e dos produtos químicos.
Segundo André Macedo, porém, o crescimento no início do ano está "bastante disseminado". Entre o primeiro trimestre de 2009 e o primeiro trimestre de 2010, apenas o Pará não teve crescimento de dois dígitos.
Já na passagem de fevereiro para março, houve alta em 12 das 14 localidades pesquisadas pelo IBGE.
Com o resultado, oito dessas localidades pesquisadas já superaram o patamar de produção anterior à eclosão da crise econômica internacional.
O Estado de São Paulo, porém, permanece com produção 0,9% menor do que a registrada em setembro de 2008, antes da crise global.
Na média nacional, a diferença do nível de produção é de apenas -0,1% em relação ao período pré-crise.


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