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Indústria cresce mais em Estados periféricos
Nos últimos 12 meses, Goiás, Amazonas e Pernambuco lideraram a expansão
Para André Macedo, do IBGE, explicação está no fato de, nessas áreas, a estrutura industrial estar focada no mercado interno
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Distantes dos principais centros econômicos do país, Estados como Goiás, Pernambuco e
Amazonas lideram a expansão
registrada pela indústria do
país nos últimos 12 meses.
Enquanto na média nacional
a produção acumula queda de
0,3% no período, esses Estados
registram alta de 7,7%, 3,8% e
2,5%, respectivamente.
Segundo o economista André
Macedo, do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), o bom desempenho
nessas localidades está relacionado à estrutura industrial
mais voltada para o mercado
interno.
O consumo interno, apesar
da crise internacional, manteve-se aquecido devido à manutenção dos níveis de emprego e
à expansão da massa salarial.
Macedo ressalta que, nesses
Estados, a indústria produz
principalmente bens de consumo não duráveis, como remédios e roupas, e bens intermediários, como alimentos e produtos químicos. As duas categorias são as que menos sofreram com a crise.
Crescimento trimestral
Na comparação entre os três
primeiros meses de 2010 e o
mesmo período de 2009, as taxas de crescimento registradas
são ainda maiores.
Nesse caso, porém, a principal expansão, de 44,1%, é verificada no Espírito Santo, que, depois de ver sua indústria extrativa quase parar no início do
ano passado, agora começa a
reagir, estimulado pela recuperação do mercado externo.
No Amazonas, a alta no período chega a 32,3%, com destaque para os setores de alimentos e material eletrônico.
Em Goiás, a alta registrada
foi de 26,7%, puxada pelo bom
desempenho da produção da
indústria farmacêutica e de alimentos e bebidas.
Já em Pernambuco, o crescimento de 16% é explicado pelo
aquecimento da metalurgia básica e dos produtos químicos.
Segundo André Macedo, porém, o crescimento no início do
ano está "bastante disseminado". Entre o primeiro trimestre
de 2009 e o primeiro trimestre
de 2010, apenas o Pará não teve
crescimento de dois dígitos.
Já na passagem de fevereiro
para março, houve alta em 12
das 14 localidades pesquisadas
pelo IBGE.
Com o resultado, oito dessas
localidades pesquisadas já superaram o patamar de produção anterior à eclosão da crise
econômica internacional.
O Estado de São Paulo, porém, permanece com produção
0,9% menor do que a registrada
em setembro de 2008, antes da
crise global.
Na média nacional, a diferença do nível de produção é de
apenas -0,1% em relação ao período pré-crise.
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