|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após prejuízo, investidor já pensa em trocar de banco e de aplicação
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A possibilidade de alcançar rendimentos superiores aos obtidos com a caderneta de poupança e a promessa de investir as economias em uma forma de aplicação
segura levaram o funcionário público Miguel Angelo Napolitano,
32, a optar pela aquisição do fundo de renda fixa Caixa FAC Personal, da Caixa Econômica Federal.
Em agosto de 2001, convencido
pelo gerente de sua agência, Napolitano decidiu transferir suas
aplicações na caderneta de poupança para o fundo. A intenção
era economizar para abrir um escritório de advocacia para sua
mulher.
"O gerente explicou que era
praticamente impossível ter perda significativa aplicando nesse tipo de investimento, porque a carteira era bastante diversificada",
afirmou o investidor.
Porém, ao conferir o extrato de
rendimentos nesta semana, o funcionário constatou perda de R$
4.000 em relação ao investimento
inicial.
Diante disso, Napolitano já pensa em trocar de instituição financeira ou procurar outras formas
de aplicação.
A decepção com esse tipo de
aplicação também é partilhada
pela dona-de-casa T. C., 70 (a
pensionista pediu para não ser
identificada pois pretende entrar
com ação judicial contra a instituição financeira onde tem a aplicação).
Por considerar um investimento seguro, há cerca de dois anos
ela mantinha parte de suas economias em fundos de renda fixa.
No início deste ano, com o objetivo de fazer reformas no seu sítio,
T.C., que é pensionista da Caixa
Econômica Federal, decidiu aplicar R$ 10 mil num fundo de renda
fixa do banco. Resultado: perdeu
R$ 350.
"Para especialistas em economia, esse valor pode até ser insignificante, mas para quem vive de
pequenas economias é um baque
muito grande."
Segundo ela, de agora em diante
a rentabilidade do dinheiro será
verificada com mais frequência.
Só quando leu nos jornais a respeito da perda registrada nos fundos de investimento resolveu verificar o extrato da sua aplicação.
De acordo com analistas de
mercado, o comportamento da
pensionista é típico de investidores de perfil conservador, que tratam as aplicações em fundos de
renda fixa da mesma maneira como as aplicações em caderneta de
poupança.
Aconselhada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), T.C. vai aguardar mais alguns dias antes de decidir sobre o
destino das suas aplicações.
Texto Anterior: Fundos perdem R$ 5,2 bi em cinco dias Próximo Texto: Aplicador vai à Justiça por ter perda de R$ 361 Índice
|