São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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Após prejuízo, investidor já pensa em trocar de banco e de aplicação

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de alcançar rendimentos superiores aos obtidos com a caderneta de poupança e a promessa de investir as economias em uma forma de aplicação segura levaram o funcionário público Miguel Angelo Napolitano, 32, a optar pela aquisição do fundo de renda fixa Caixa FAC Personal, da Caixa Econômica Federal.
Em agosto de 2001, convencido pelo gerente de sua agência, Napolitano decidiu transferir suas aplicações na caderneta de poupança para o fundo. A intenção era economizar para abrir um escritório de advocacia para sua mulher.
"O gerente explicou que era praticamente impossível ter perda significativa aplicando nesse tipo de investimento, porque a carteira era bastante diversificada", afirmou o investidor.
Porém, ao conferir o extrato de rendimentos nesta semana, o funcionário constatou perda de R$ 4.000 em relação ao investimento inicial.
Diante disso, Napolitano já pensa em trocar de instituição financeira ou procurar outras formas de aplicação.
A decepção com esse tipo de aplicação também é partilhada pela dona-de-casa T. C., 70 (a pensionista pediu para não ser identificada pois pretende entrar com ação judicial contra a instituição financeira onde tem a aplicação).
Por considerar um investimento seguro, há cerca de dois anos ela mantinha parte de suas economias em fundos de renda fixa.
No início deste ano, com o objetivo de fazer reformas no seu sítio, T.C., que é pensionista da Caixa Econômica Federal, decidiu aplicar R$ 10 mil num fundo de renda fixa do banco. Resultado: perdeu R$ 350.
"Para especialistas em economia, esse valor pode até ser insignificante, mas para quem vive de pequenas economias é um baque muito grande."
Segundo ela, de agora em diante a rentabilidade do dinheiro será verificada com mais frequência. Só quando leu nos jornais a respeito da perda registrada nos fundos de investimento resolveu verificar o extrato da sua aplicação.
De acordo com analistas de mercado, o comportamento da pensionista é típico de investidores de perfil conservador, que tratam as aplicações em fundos de renda fixa da mesma maneira como as aplicações em caderneta de poupança.
Aconselhada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), T.C. vai aguardar mais alguns dias antes de decidir sobre o destino das suas aplicações.



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