São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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PRESSÃO À FRENTE

Diretor financeiro da empresa diz que reajuste deve acontecer, se volatilidade internacional não diminuir

Petrobras sinaliza alta no preço da gasolina

DA SUCURSAL DO RIO

Se a volatilidade das cotações do petróleo no mercado internacional não diminuir, os preços dos combustíveis "provavelmente serão reajustados", disse ontem o diretor financeiro da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Segundo ele, o recente recuo das cotações para a casa dos US$ 40 o barril pode "significar uma estabilização de preços num outro patamar", o que justificaria um aumento dos combustíveis no país.
Por enquanto, ele afirmou que a estatal está apenas "avaliando se a volatilidade diminuiu ou não", antes de tomar uma decisão. Segundo o diretor, o objetivo é ter preços alinhados no longo prazo.
Gabrielli reconheceu que "evidentemente há uma defasagem" em relação às cotações da gasolina nos EUA, uma das principais referências de preço. Especialistas calculam que a gasolina esteja cerca de 30% mais barata no Brasil. "Essa diferença ainda não afeta o resultado da companhia", afirmou, acrescentando que os acionistas minoritários não estão perdendo dinheiro.
Nos últimos meses, o preço internacional do barril de petróleo subiu da casa de US$ 32 para mais de US$ 41. O principal cartel produtor decidiu, na semana passada, elevar a produção da commodity, o que fez o preço recuar. Analistas, porém, acreditam em um novo patamar do preço, em torno de US$ 38 por barril.
O executivo disse ainda que a Petrobras reviu para baixo, no seu novo plano estratégico (2004-2010), a projeção sobre o consumo de combustíveis, o que adia os planos de instalação de uma nova refinaria no país.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) marcou para a 0h desta terça-feira uma greve de um dia para protestar contra os critérios de distribuição da participação nos lucros da Petrobras.
A entidade também quer o fim do que classifica como "discriminação entre trabalhadores novos e antigos" -mais de 4.000 funcionários da estatal estão sem a cobertura do fundo de pensão de previdência complementar da Petros. Além disso, os petroleiros reivindicam um novo plano de cargos e salários.
A Petrobras informou que "todos os canais de negociação estão abertos".


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