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AGRONEGÓCIO
Ministro concorda com a revisão feita pela CNA; quebra da safra e queda dos preços da soja são os motivos
PIB agrícola crescerá menos, diz Rodrigues
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse ontem que
a produção agroindustrial brasileira "seguramente" só deverá
crescer 3% neste ano, e não os 6%
anteriormente esperados.
A declaração do ministro, feita
no Rio de Janeiro, significa que ele
concorda com a revisão da estimativa de crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto) agrícola
feita na semana passada pela CNA
(Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil). A entidade
baixou sua previsão de 6,50% para 3,15%.
A agropecuária, com as exportações, tem sustentado o crescimento econômico brasileiro nos
últimos anos, ou evitado que a
queda, como a ocorrida em 2003,
seja maior.
No ano passado, de acordo com
dados computados pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) agrícola do país cresceu 5%, enquanto o PIB, como
um todo, caiu 0,20%.
De acordo com a mais recente
estimativa do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada),
órgão do Ministério do Planejamento, o PIB agropecuário crescerá 5,4% neste ano, contra 3,5%
do PIB geral.
Segundo Rodrigues, o crescimento menor terá como causas
principais a quebra da safra de
grãos e a queda do preço internacional da soja, hoje a principal
mercadoria agrícola brasileira.
No final do ano passado, a estimativa do governo e dos órgãos
especializados era que a safra de
grãos do país ultrapassaria neste
ano os 130 milhões de toneladas,
contra 122 milhões produzidos na
safra de 2003.
Problemas como a seca na região Sul e a infestação de parte das
lavouras pela praga da ferrugem
reduziram as expectativas. A última estimativa do IBGE para a safra de grãos é de 120 milhões de
toneladas.
Perdas com a China
Em relação ao preço internacional da soja, o ministro disse que a
sua redução provocará sozinha
uma perda de US$ 1 bilhão no faturamento do agronegócio.
Nesse cálculo estão incluídas
também as perdas provocadas
pela discussão com a China sobre
os níveis toleráveis de impurezas
na soja que o Brasil exporta para
aquele país.
No mês passado, a China recusou um navio carregado de soja
brasileira sob a alegação de que o
produto incluía grãos contaminados por agroquímicos.
Além desse, outros três navios
foram impedidos de descarregar
soja em portos chineses pelo mesmo motivo. E mais: sete exportadoras foram proibidas de vender
à China.
Segundo o ministro, os dois países estão buscando uma norma
de aceitação internacional que fixe os limites de impurezas.
A idéia, de acordo com Rodrigues, é que esse limite seja fixado
em três grãos com agroquímicos
por quilo. A solução poderá ser
definida já na próxima semana,
com um decreto do governo brasileiro que fixe a norma.
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