São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Volatilidade derruba valor dos papéis do Brasil em NY

Temor é que investidor siga fugindo de emergentes

LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK

O impacto negativo da volatilidade das Bolsas pelo mundo foi sentido de forma recorde nos papéis de empresas brasileiras negociados nos Estados Unidos. No mês de maio, o volume de transações para as 35 empresas listadas em Nova York fechou em US$ 33,4 bilhões, e o índice relativo ao Brasil teve queda de 15,23% para o mês, com perdas acima da média dos mercados emergentes.
O aumento de 76% do volume de compra e venda das ADRs (American Depository Receipts, papéis que representam ações de empresas estrangeiras) brasileiras reflete o temor da alta de juros e pressão inflacionária nos Estados Unidos. Muitos investidores optam por retirar de seus portfólios as posições em ações -especialmente de emergentes, consideradas mais arriscadas- e migrar para títulos de renda fixa.
"Os investidores estrangeiros têm derramado dinheiro em empresas brasileiras. Até há alguns meses atrás era possível ver que Brasil estava "na moda", era algo pop. Mas esse dinheiro é o primeiro a voar quando o mercado fica agitado", disse Christian Stracke, analista da CreditSights.
Apesar das perdas de maio, o índice dos papéis brasileiros publicado pelo Bank of New York registra ganho de 8,95% até anteontem, com base no ano. A turbulência de maio levou a quedas nos índices de ADRs de emergentes, de 10,98%, e de ADRs da América Latina, de 14,03%.
A expectativa é que a elevação do nervosismo em relação à economia americana e aos próximos passos do Fed (banco central dos Estados Unidos) possa provocar mais "fugas" por aversão ao risco.
Segundo dados do Bank of New York, depositário da maioria das ADRs do Brasil, as perdas em maio se concentraram nas telecomunicações, com a única exceção na TeleNorte Celular. As demais empresas tiveram quedas: Vivo (33%); Brasil Telecom (18%); e Embratel (11%), por exemplo.
Segundo Stracke, o investidor do exterior também é sensível ao câmbio. "Para os estrangeiros, além do preço da ação há também o preço do dólar, e as duas coisas caminharam de forma negativa", disse.
O melhor desempenho no mês passado ficou por conta da Petrobras e das empresas de materiais básicos, como a Companhia Siderúrgica Nacional, a Gerdau, a Aracruz, a Votorantim e a Vale do Rio Doce.


Texto Anterior: Se não houver interessados no leilão, falência da empresa pode ser decretada
Próximo Texto: Empresas: Nova lei ajuda a baixar números das falências
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.