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Volatilidade derruba valor dos papéis do Brasil em NY
Temor é que investidor siga fugindo de emergentes
LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK
O impacto negativo da volatilidade das Bolsas pelo mundo
foi sentido de forma recorde
nos papéis de empresas brasileiras negociados nos Estados
Unidos. No mês de maio, o volume de transações para as 35
empresas listadas em Nova
York fechou em US$ 33,4 bilhões, e o índice relativo ao Brasil teve queda de 15,23% para o
mês, com perdas acima da média dos mercados emergentes.
O aumento de 76% do volume de compra e venda das
ADRs (American Depository
Receipts, papéis que representam ações de empresas estrangeiras) brasileiras reflete o temor da alta de juros e pressão
inflacionária nos Estados Unidos. Muitos investidores optam
por retirar de seus portfólios as
posições em ações -especialmente de emergentes, consideradas mais arriscadas- e migrar para títulos de renda fixa.
"Os investidores estrangeiros têm derramado dinheiro
em empresas brasileiras. Até há
alguns meses atrás era possível
ver que Brasil estava "na moda",
era algo pop. Mas esse dinheiro
é o primeiro a voar quando o
mercado fica agitado", disse
Christian Stracke, analista da
CreditSights.
Apesar das perdas de maio, o
índice dos papéis brasileiros
publicado pelo Bank of New
York registra ganho de 8,95%
até anteontem, com base no
ano. A turbulência de maio levou a quedas nos índices de
ADRs de emergentes, de
10,98%, e de ADRs da América
Latina, de 14,03%.
A expectativa é que a elevação do nervosismo em relação à
economia americana e aos próximos passos do Fed (banco
central dos Estados Unidos)
possa provocar mais "fugas"
por aversão ao risco.
Segundo dados do Bank of
New York, depositário da
maioria das ADRs do Brasil, as
perdas em maio se concentraram nas telecomunicações,
com a única exceção na TeleNorte Celular. As demais empresas tiveram quedas: Vivo
(33%); Brasil Telecom (18%); e
Embratel (11%), por exemplo.
Segundo Stracke, o investidor do exterior também é sensível ao câmbio. "Para os estrangeiros, além do preço da
ação há também o preço do dólar, e as duas coisas caminharam de forma negativa", disse.
O melhor desempenho no
mês passado ficou por conta da
Petrobras e das empresas de
materiais básicos, como a Companhia Siderúrgica Nacional, a
Gerdau, a Aracruz, a Votorantim e a Vale do Rio Doce.
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