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Governo quer incentivo a comida "tipo exportação"
Agricultura faz proposta para elevar
consumo de alimentos com certificado quer elevar qualidade de alimentos
Até o fim do mês, projeto de política pública
para o
tema e campanha de
esclarecimento deve ser
enviado ao presidente Lula
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Agricultura
deve enviar à Presidência da
República, até o fim do mês,
uma proposta de política pública de alimentos seguros e uma
solicitação para que o tema seja
incluído no próximo Plano Plurianual (PPA), para que sejam
reservados recursos orçamentários. A idéia é incentivar o
consumo no país de frutas, carnes e legumes certificados e,
portanto, com qualidade igual à
exigida em itens de exportação.
Devido às exigências técnicas
e sanitárias feitas por países desenvolvidos, os produtos de exportação geralmente são melhores do que os vendidos no
mercado doméstico. Com o incremento no consumo de itens
certificados, o ministério espera reduzir o risco de doenças
causadas por contaminação alimentar. Também tem como
objetivo elevar o número de
produtores que aderem aos padrões de qualidade internacional a fim de exportar mais.
Além da proposta de política
de alimentos seguros, o ministério encaminhará um pedido
para o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para que seja feita
uma campanha nacional de esclarecimento à população. A
pasta ainda não calculou o
montante de recursos necessário para as ações planejadas.
De acordo com o secretário
de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Marcio Portocarrero, o fato de o
Brasil não ter políticas de alimentos seguros para o mercado doméstico, embora não tenha para exportação, coloca em
risco a credibilidade do país no
mercado internacional, principalmente na União Européia,
onde os padrões técnicos e sanitários são rígidos.
"Os consumidores brasileiros têm direito a ter acesso a
produtos com a mesma qualidade dos exportados", disse.
Dados da OMS (Organização
Mundial da Saúde) mostram
que 1,8 milhão de pessoas morreu em 2005 no mundo por
causa de infecções contraídas
por alimentos e outras 641 milhões foram hospitalizadas. O
governo não sabe o número de
ocorrências no Brasil. Mas, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),
em 2003, 30% das 1.618 amostras de alimentos congelados
recolhidas para testes tiveram
resultados insatisfatório. Os
exames em especiarias apontaram algum tipo de contaminação em 68% das amostras.
"O Brasil é o primeiro exportador mundial de carne em
quantidade, mas não em preço,
porque muitos países ainda colocam barreiras contra a carne
e outros produtos brasileiros
por causa da falta desses padrões", disse Portocarrero.
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