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Iraque e Nigéria também ajudaram na queda
Opep sinaliza alta na produção e derruba cotações do petróleo
VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE
Após se aproximar de US$ 40 o
barril na terça-feira, o petróleo
voltou a recuar ontem em Nova
York. Três fatores ajudaram a
derrubar os preços: a sinalização
de aumento da produção mundial em agosto, a retomada das
exportações iraquianas e o fim da
greve na Nigéria.
O petróleo para entrega em
agosto encerrou negociado a US$
39,08 em Nova York, com baixa
de 1,44%. Em Londres, o barril do
tipo Brent fechou a US$ 36,61,
com recuo de 1,53%.
Segundo o ministro saudita do
Petróleo, Ali al Naimi, a Opep
(Organização de Países Exportadores de Petróleo) vai confirmar a
proposta de aumento de 500 mil
barris diários na produção mundial, na próxima reunião.
A proposta foi levantada no encontro de 3 de junho, em Beirute.
Será o segundo aumento consecutivo na produção.
Em julho, os países da Opep
passaram a produzir mais 2 milhões de barris de petróleo por
dia.
Com os dois aumentos, a produção da Opep deve saltar para
mais de 26 milhões de barris diários. Analistas afirmam que os
países do cartel já operam praticamente com capacidade máxima.
Ontem, a afirmação do ministro
saudita acalmou os investidores.
A Arábia Saudita é a maior exportadora mundial do produto.
O Iraque também retomou as
exportações após o fim dos reparos nos oleodutos danificados em
atentados no último sábado.
Os preços do petróleo dispararam na segunda e na terça após o
ministro iraniano do petróleo, Bijan Namdar Zangan, cogitar a
possibilidade de a Opep adiar o
aumento da produção.
A afirmação causou nervosismo
e levou o barril para entrega em
agosto a bater em US$ 39,70,
maior valor desde 3 de junho. No
fechamento dos negócios, encerrou a US$ 39,70.
No último fim de semana, novos ataques contra oleodutos iraquiano alimentaram os temores
de falta de abastecimento do produto no mercado mundial.
Segundo fontes militares britânicas, apenas o terminal de Basra
(sul do país) é responsável pela
produção de 70 mil barris de petróleo por dia. Por conta dos ataques, sua capacidade de produção
foi reduzida para 40 mil barris.
Se alcançar o ritmo de 72 mil
barris por hora -limite de sua
capacidade de produção-, o Iraque poderá exportar, por meio do
porto de Basra, 1,72 milhão de
barris por dia, mesmo nível de antes do ataque do último sábado.
Na Nigéria, ontem, a companhia francesa de petróleo Total e
os sindicalistas concordaram,
após cinco dias de greve, em retomar a produção imediatamente.
Anteontem, a Mobil Producing
Nigeria, filial nigeriana do grupo
americano ExxonMobil, havia informado que seus funcionários
apresentaram um aviso de greve,
enquanto que a Elf Petroleum Nigeria, subsidiária da francesa Total no país, anunciou a suspensão
de sua produção, também por
problemas com trabalhadores.
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