São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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Iraque e Nigéria também ajudaram na queda

Opep sinaliza alta na produção e derruba cotações do petróleo

VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE

Após se aproximar de US$ 40 o barril na terça-feira, o petróleo voltou a recuar ontem em Nova York. Três fatores ajudaram a derrubar os preços: a sinalização de aumento da produção mundial em agosto, a retomada das exportações iraquianas e o fim da greve na Nigéria.
O petróleo para entrega em agosto encerrou negociado a US$ 39,08 em Nova York, com baixa de 1,44%. Em Londres, o barril do tipo Brent fechou a US$ 36,61, com recuo de 1,53%.
Segundo o ministro saudita do Petróleo, Ali al Naimi, a Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) vai confirmar a proposta de aumento de 500 mil barris diários na produção mundial, na próxima reunião.
A proposta foi levantada no encontro de 3 de junho, em Beirute. Será o segundo aumento consecutivo na produção.
Em julho, os países da Opep passaram a produzir mais 2 milhões de barris de petróleo por dia.
Com os dois aumentos, a produção da Opep deve saltar para mais de 26 milhões de barris diários. Analistas afirmam que os países do cartel já operam praticamente com capacidade máxima.
Ontem, a afirmação do ministro saudita acalmou os investidores. A Arábia Saudita é a maior exportadora mundial do produto.
O Iraque também retomou as exportações após o fim dos reparos nos oleodutos danificados em atentados no último sábado.
Os preços do petróleo dispararam na segunda e na terça após o ministro iraniano do petróleo, Bijan Namdar Zangan, cogitar a possibilidade de a Opep adiar o aumento da produção.
A afirmação causou nervosismo e levou o barril para entrega em agosto a bater em US$ 39,70, maior valor desde 3 de junho. No fechamento dos negócios, encerrou a US$ 39,70.
No último fim de semana, novos ataques contra oleodutos iraquiano alimentaram os temores de falta de abastecimento do produto no mercado mundial.
Segundo fontes militares britânicas, apenas o terminal de Basra (sul do país) é responsável pela produção de 70 mil barris de petróleo por dia. Por conta dos ataques, sua capacidade de produção foi reduzida para 40 mil barris.
Se alcançar o ritmo de 72 mil barris por hora -limite de sua capacidade de produção-, o Iraque poderá exportar, por meio do porto de Basra, 1,72 milhão de barris por dia, mesmo nível de antes do ataque do último sábado.
Na Nigéria, ontem, a companhia francesa de petróleo Total e os sindicalistas concordaram, após cinco dias de greve, em retomar a produção imediatamente.
Anteontem, a Mobil Producing Nigeria, filial nigeriana do grupo americano ExxonMobil, havia informado que seus funcionários apresentaram um aviso de greve, enquanto que a Elf Petroleum Nigeria, subsidiária da francesa Total no país, anunciou a suspensão de sua produção, também por problemas com trabalhadores.


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