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Ministro pede mais
igualdade de condição
DOS ENVIADOS ESPECIAIS
A PUERTO IGUAZÚ
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Rafael Bielsa,
disse ontem que, se os países do
Mercosul tivessem condições
iguais de acesso a linhas de crédito internacional e coordenação
macroeconômica, a medida adotada pela Argentina com relação
às exportações brasileiras de TV e
linha branca não seria necessária.
"Se tivéssemos um processo nivelado, com as mesmas condições
de crédito, se todos os países tivessem as mesmas condições de
acesso às linhas de crédito internacionais, coordenados macroeconomicamente, com um único
código aduaneiro, seguramente
essa medida não seria necessária", disse, referindo-se às licenças
prévias para importação de linha
branca do Brasil e imposição de
tarifas para televisores.
Atualmente a Argentina está fora do mercado internacional de
crédito privado por causa da moratória da sua dívida pública,
anunciada em dezembro de 2001.
Os argentinos também reclamam
das diferenças causadas pelos financiamentos do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) ao setor privado brasileiro, que faria da indústria brasileira mais competitiva por causa da ajuda do governo.
Segundo Bielsa, a medida contra os produtos brasileiros não foi
tomada intempestivamente, pois
estava sendo discutida há dois
meses. Para o ministro, as barreiras imposta às exportações brasileiras de TV e linha branca são
uma ferramenta técnica para nivelar as diferenças entre os países.
A Argentina cobrou do Brasil e
dos demais sócios do Mercosul
-Uruguai e Paraguai- mais
empenho para resolver as pendências do bloco. "Parece necessário que o compromisso político
dos sócios se traduza de forma
mais clara na mesa de negociação", afirma documento distribuído pelo governo argentino, no
qual resume o seu trabalho durante a presidência do Mercosul.
A partir de amanhã, será a vez do
Brasil assumir a presidência.
"Caso isso não aconteça, se corre o risco de começar 2007 com
uma nova agenda que reedite velhos temas", diz o documento.
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