São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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Ministro pede mais igualdade de condição

DOS ENVIADOS ESPECIAIS
A PUERTO IGUAZÚ

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Rafael Bielsa, disse ontem que, se os países do Mercosul tivessem condições iguais de acesso a linhas de crédito internacional e coordenação macroeconômica, a medida adotada pela Argentina com relação às exportações brasileiras de TV e linha branca não seria necessária.
"Se tivéssemos um processo nivelado, com as mesmas condições de crédito, se todos os países tivessem as mesmas condições de acesso às linhas de crédito internacionais, coordenados macroeconomicamente, com um único código aduaneiro, seguramente essa medida não seria necessária", disse, referindo-se às licenças prévias para importação de linha branca do Brasil e imposição de tarifas para televisores.
Atualmente a Argentina está fora do mercado internacional de crédito privado por causa da moratória da sua dívida pública, anunciada em dezembro de 2001. Os argentinos também reclamam das diferenças causadas pelos financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao setor privado brasileiro, que faria da indústria brasileira mais competitiva por causa da ajuda do governo.
Segundo Bielsa, a medida contra os produtos brasileiros não foi tomada intempestivamente, pois estava sendo discutida há dois meses. Para o ministro, as barreiras imposta às exportações brasileiras de TV e linha branca são uma ferramenta técnica para nivelar as diferenças entre os países.
A Argentina cobrou do Brasil e dos demais sócios do Mercosul -Uruguai e Paraguai- mais empenho para resolver as pendências do bloco. "Parece necessário que o compromisso político dos sócios se traduza de forma mais clara na mesa de negociação", afirma documento distribuído pelo governo argentino, no qual resume o seu trabalho durante a presidência do Mercosul. A partir de amanhã, será a vez do Brasil assumir a presidência.
"Caso isso não aconteça, se corre o risco de começar 2007 com uma nova agenda que reedite velhos temas", diz o documento.


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