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Washington cobra maior abertura comercial do país
Representante comercial faz críticas duras a "poderes" como a Índia e a China
Schwab diz que alguns países em desenvolvimento
"avançados" se escondem
atrás dos mais pobres para
conseguir mais benefícios
DA REDAÇÃO
A representante comercial
dos Estados Unidos, Susan
Schwab, usou termos duros para analisar a participação de
países como Brasil, Índia e China nas negociações de liberalização do comércio da Rodada
Doha, cobrando maior abertura comercial desses países.
"Isso não é um debate Norte-Sul. Há países em desenvolvimento que estavam [na reunião
da OMC em Genebra] que foram tão ou mais enfáticos que
os EUA na questão da abertura
de mercados. Mas há países em
desenvolvimento avançados,
poderes emergentes ou existentes, que gostariam de se esconder atrás dos menos desenvolvidos e mais pobres, que claramente deveriam ter concessões nessas negociações", disse.
A representante comercial
acrescentou que "os Brasis, as
Índias e as Chinas deste mundo
deveriam e poderiam participar desta negociação, inclusive
abrindo os mercados para beneficiar outros países em desenvolvimento, porque é um
triste fato que 70% das tarifas
pagas por países em desenvolvimento são pagas a outros países em desenvolvimento".
"Se nós queremos realmente
atingir a promessa da Rodada
Doha, precisamos gerar não só
mais comércio Norte-Sul, como claramente queremos; não
só mais comércio Norte-Norte
como queremos; mas também
mais comércio Sul-Sul."
A representante dos EUA
também reafirmou sua disposição de melhorar a proposta em
relação a subsídios e tarifas
agrícolas, tema que está travando a rodada, contanto que outros países façam concessões
em acesso a mercados.
Schwab demonstrou certa
impaciência em relação às negociações, na qual a União Européia e o G20 (países em desenvolvimento liderados por
Brasil e Índia) se uniram para
pressionar os EUA: "Talvez o
resto do mundo esperasse que
os EUA apareceriam para conceder mais em termos de subsídios e agricultura e receber menos em acesso a mercados. Não
há equilíbrio nessa equação".
Em outro momento, a representante questionou: "Na semana passada, os EUA sinalizaram disposição de modificar
sua proposta para subsídios e
agricultura. Será que nossos
parceiros não ouviram, ou não
quiseram ouvir, que essa disposição está ligada a um requisito
por maior acesso a mercados?".
Schwab disse, porém, que
não questiona os motivos dos
outros países. "Sei que o que estão fazendo é tão difícil politicamente quanto é para nós."
Com agências internacionais
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