São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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Bolsa de SP fecha semana com perdas de 1,44%

Ações voltam a sofrer com cenário externo mais tenso

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O último dia útil da semana não foi bom para o mercado financeiro. Atento ao cenário norte-americano, o mercado doméstico terminou em terreno negativo ontem. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou com queda de 1,18%.
Em Wall Street, as perdas foram motivadas por dados de emprego, que geraram apreensão em relação à desaceleração do crescimento econômico do país. Os investidores internacionais também se incomodaram com ameaças da Coréia do Norte ao Japão.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, teve queda de 1,20%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, que reúne ações de empresas de alta tecnologia, perdeu 1,16%.
O dólar recebeu uma ajuda do Banco Central, que fez mais um leilão para comprar moeda estrangeira, e encerrou ontem vendido com alta de 0,32%, a R$ 2,182.
O BC realizou ontem pela quarta vez na semana leilão para compra de dólares das instituições financeiras. Na segunda, o BC retomou esse tipo de operação, que havia sido suspensa em meados de maio, quando começou a atual onda de turbulências no mercado financeiro global.
A continuidade do processo de apreciação do real é positiva no que se refere a seus reflexos sobre os índices de preços -se o dólar sobe muito, pressiona a inflação. Mas o setor exportador reclama ser prejudicado com a queda do dólar, que torna seus produtos mais caros no exterior.

Inflação mais branda
A queda do dólar em junho (no mês, a moeda recuou 6,80%) ajudou a fazer o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrar em junho deflação de 0,21%. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,03%, abaixo do centro da meta de inflação do governo (4,5%) para 2006.
"A despeito de a queda apurada em junho estar associada a aspectos sazonais, que tendem a ser logo revertidos, nossa projeção para a alta do IPCA em 2006 foi revista para baixo, de 4,4% para 4,1%", afirmou a LCA Consultores.
Como o Banco Central mexe nos juros exatamente de olho no controle da inflação, o mercado passou a ficar mais confiante na possibilidade de a taxa Selic, que está em 15,25% anuais, ser reduzida em 0,50 ponto na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste mês. O Copom vai se reunir entre os dias 18 e 19.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros caíram em resposta ao IPCA abaixo do esperado.
No contrato DI -Depósito Interfinanceiro, que mostra os juros futuros- que vence no fim do ano, a taxa caiu de 14,64% para 14,59%.
No contrato mais negociado, com resgate em janeiro de 2008, a taxa recuou de 14,94% para 14,86%.

Quedas
A semana não foi muito positiva para o mercado acionário.
O Ibovespa terminou com perdas acumuladas de 1,44%. No ano, a Bolsa de Valores de São Paulo ainda está com valorização, de 7,91%.
Foram 40 as baixas na semana entre as 54 ações que compõem o Ibovespa.
A ação PNA da Braskem marcou as maiores perdas do período (-11,58%), seguida pelo papel da Telemig Participações PN (-10,56%).
No topo das altas, o destaque ficou com o papel ON (ordinário) da Souza Cruz, que marcou ganhos de 8,66%. Em segundo ficou a ação ON da Light, que subiu 3,44%.


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