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Bolsa de SP fecha semana com perdas de 1,44%
Ações voltam a sofrer com cenário externo mais tenso
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O último dia útil da semana
não foi bom para o mercado financeiro. Atento ao cenário
norte-americano, o mercado
doméstico terminou em terreno negativo ontem. O Ibovespa,
principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou com
queda de 1,18%.
Em Wall Street, as perdas foram motivadas por dados de
emprego, que geraram apreensão em relação à desaceleração
do crescimento econômico do
país. Os investidores internacionais também se incomodaram com ameaças da Coréia do
Norte ao Japão.
O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, teve queda de
1,20%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, que reúne ações de empresas de alta tecnologia, perdeu
1,16%.
O dólar recebeu uma ajuda
do Banco Central, que fez mais
um leilão para comprar moeda
estrangeira, e encerrou ontem
vendido com alta de 0,32%, a
R$ 2,182.
O BC realizou ontem pela
quarta vez na semana leilão para compra de dólares das instituições financeiras. Na segunda, o BC retomou esse tipo de
operação, que havia sido suspensa em meados de maio,
quando começou a atual onda
de turbulências no mercado financeiro global.
A continuidade do processo
de apreciação do real é positiva
no que se refere a seus reflexos
sobre os índices de preços -se
o dólar sobe muito, pressiona a
inflação. Mas o setor exportador reclama ser prejudicado
com a queda do dólar, que torna
seus produtos mais caros no
exterior.
Inflação mais branda
A queda do dólar em junho
(no mês, a moeda recuou
6,80%) ajudou a fazer o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrar em junho
deflação de 0,21%. Com isso, a
taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,03%, abaixo do centro
da meta de inflação do governo
(4,5%) para 2006.
"A despeito de a queda apurada em junho estar associada a
aspectos sazonais, que tendem
a ser logo revertidos, nossa projeção para a alta do IPCA em
2006 foi revista para baixo, de
4,4% para 4,1%", afirmou a LCA
Consultores.
Como o Banco Central mexe
nos juros exatamente de olho
no controle da inflação, o mercado passou a ficar mais confiante na possibilidade de a taxa
Selic, que está em 15,25%
anuais, ser reduzida em 0,50
ponto na reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária)
deste mês. O Copom vai se reunir entre os dias 18 e 19.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções
para os juros caíram em resposta ao IPCA abaixo do esperado.
No contrato DI -Depósito
Interfinanceiro, que mostra os
juros futuros- que vence no
fim do ano, a taxa caiu de
14,64% para 14,59%.
No contrato mais negociado,
com resgate em janeiro de
2008, a taxa recuou de 14,94%
para 14,86%.
Quedas
A semana não foi muito positiva para o mercado acionário.
O Ibovespa terminou com
perdas acumuladas de 1,44%.
No ano, a Bolsa de Valores de
São Paulo ainda está com valorização, de 7,91%.
Foram 40 as baixas na semana entre as 54 ações que compõem o Ibovespa.
A ação PNA da Braskem marcou as maiores perdas do período (-11,58%), seguida pelo papel da Telemig Participações
PN (-10,56%).
No topo das altas, o destaque
ficou com o papel ON (ordinário) da Souza Cruz, que marcou
ganhos de 8,66%. Em segundo
ficou a ação ON da Light, que
subiu 3,44%.
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