São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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SC libera corredores sanitários para avícolas

Medida é para itens industrializados do RS, onde houve caso de Newcastle

Japão poderá suspender compra de produto avícola num raio de 50 km do foco da doença, mas nessa área não há grandes produtores


CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA

Depois de proibir por um dia a entrada de aves provenientes do Rio Grande do Sul, o governo de Santa Catarina liberou ontem a passagem de produtos avícolas industrializados por três dos quatro corredores sanitários do Estado. O trânsito de aves vivas continua proibido por tempo indeterminado, bem como o ingresso de produtos avícolas em Santa Catarina.
Os três corredores sanitários criados são as estradas SC-480, BR-153 e BR-116. Na BR-101, o tráfego permanece proibido.
A decisão de fechar a divisa entre os dois Estados foi tomada depois que um foco da doença de Newcastle foi detectado em uma pequena propriedade no município gaúcho de Vale Real. A informação foi divulgada pela OIE (Organização Internacional de Saúde Animal).
A doença tem origem virótica e é muito contagiosa entre as aves, podendo prejudicar as exportações de frango brasileiro. Ela não atinge seres humanos.
A criação dos corredores sanitários foi definida depois que o governo gaúcho enviou um documento à Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina com informações sobre o foco da doença e as medidas tomadas.
"Agora, com mais detalhes sobre a doença e o fato de ela ter atingido apenas uma propriedade de subsistência, pudemos criar os corredores sanitários", disse o secretário de agricultura de SC, Felipe Luz.
O trânsito de ovos, carnes de aves e subprodutos de origem avícola somente será feito depois que o compartimento de carga dos veículos for lacrado em uma das 24 barreiras sanitárias na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina. Os veículos devem permanecer lacrados durante o trajeto em território catarinense.

Japão
As importações do Japão de carne de frango brasileira não devem ser afetadas pela ocorrência de Newcastle, já que Tóquio restringirá as compras apenas de uma pequena região, disseram autoridades japonesas ontem.
Dentro de um acordo bilateral sobre saúde animal e comércio de carnes, o Japão tem permissão para suspender as importações de frango proveniente de um raio de até 50 km da área afetada.
"Na área afetada não há grandes unidades de processamento de carne de frango", afirmou uma fonte de uma trading japonesa, acrescentando que a restrição imposta pelo Japão não deve ameaçar a oferta de frango brasileiro para o país. O Japão irá encerrar a restrição 90 dias após o registro da doença.


Colaboraram JOÃO CARLOS MAGALHÃES, da Agência Folha, e a Reuters

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