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Importação gera
conflito com fabricante local
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento das importações também está gerando
mudanças importantes na
composição geral da indústria. E, segundo os afetados, cria lobbies poderosos para mudar regras e favorecer determinados segmentos importadores.
A indústria de cabos de
aço, por exemplo: nos últimos anos, dos dez fabricantes nacionais, sobraram cinco. Os importadores hoje são 20.
O setor nacional agora
está em guerra com a
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
que pretende relaxar duas
exigências vigentes desde
2004 que tendem a favorecer as importações.
A primeira delas é o fim
da necessidade de um filete plástico enrolado internamente no cabo explicitar o nome do fabricante
(que pode ser acionado em
caso de acidente).
A segunda é que o cabo
seja produzido em uma
única "trança", e não em
duas, uma enrolada na outra (isso pode permitir que
a "trança" interna arrebente sem que se perceba
pelo lado de fora).
"É claramente uma medida que vai afetar a segurança e a indústria nacional", afirma Francisco
Ruão, gerente de Negócios
da Belgo Bekaert Arames,
líder de mercado e que calcula em 30% a participação atual dos importados
nas vendas totais no país.
Segundo a Receita Federal, duas cargas de cabos
sem essas características
de segurança, somando
127,4 toneladas, foram
apreendidas nos portos de
Paranaguá (PR) e do Rio
(RJ) em junho, quando
tentavam entrar ilegalmente no país.
Após quatro telefonemas e 11 trocas de e-mails,
nem a ABNT ou a assessoria de imprensa do órgão,
Oficina da Palavra, prestaram esclarecimentos sobre as mudanças em planejamento.
(FCZ)
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