|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Senai quer vender edifício na Paulista por R$ 100 milhões
Recursos serão usados para modernizar escolas; há cerca de 40 interessados em comprar o imóvel
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Senai (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial) colocou à venda um imóvel de
quase 30 mil metros quadrados
de área construída na avenida
Paulista nº 750, avaliado em, no
mínimo, R$ 100 milhões.
O edital para a venda do edifício, localizado em um terreno
de 3.150 metros quadrados, foi
publicado no último domingo.
Há dois meses, o Senai tentou
vender o prédio, mas não houve
propostas. Até ontem, cerca de
40 interessados buscaram informações sobre o imóvel.
O Conselho Regional do Senai-SP decidiu vender o prédio,
que estava alugado desde 1993
para o Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo por R$ 700
mil por mês, porque não precisava mais dele, segundo Walter
Vicioni Gonçalves, diretor regional do Senai-SP.
A decisão de vender o prédio,
construído em 1977 e batizado
com o nome do ex-presidente
da Fiesp Theobaldo de Nigris
agitou o mercado. Algumas
construturas e incorporadoras
têm interesse no imóvel, que
precisa ser reformado.
Empresários consultados pela Folha esperam que o dinheiro da venda do imóvel seja usado em investimentos para reduzir o custo da formação e da
capacitação da mão de obra da
indústria, hoje considerado
elevado principalmente pelas
empresas de menor porte.
Gonçalves diz que "o objetivo é usar os recursos para modernizar as escolas do Senai [86
no Estado], comprar equipamentos e construir novas unidades. Para construir uma escola bem equipada, sem considerar o terreno, são necessários cerca de R$ 15 milhões."
Construtoras e imobiliárias
consultadas pela Folha avaliam que o preço do metro quadrado de área útil na avenida
Paulista custe de R$ 3.000 a
R$ 10 mil, dependendo das
condições do imóvel.
Na estimativa feita pelo SindusCon-SP, o prédio do Senai
pode valer até R$ 200 milhões.
Na lista de potenciais compradores, segundo a Folha apurou
com o mercado de construção e
imobiliário, estão as construtoras que abriram seu capital.
A decisão de vender o prédio
foi feita pelo Conselho Regional do Senai-SP, formado pelo
presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), Paulo Skaf, representantes da indústria, da categoria econômica das comunicações, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério da Educação, além do diretor regional da entidade.
O Senai é uma entidade que
faz parte do Sistema S. Em São
Paulo, tem orçamento da ordem de R$ 800 milhões por
ano -dos quais R$ 600 milhões vêm da arrecadação compulsória paga pelas empresas.
A contribuição corresponde a
1% da folha de pagamento dos
trabalhadores na indústria.
Esses recursos, recolhidos
pelo Ministério da Previdência
Social e repassados às entidades do Sistema S, são fiscalizados pelo TCU (Tribunal de
Contas da União). Gonçalves
afirma que os investimentos da
entidade são da ordem de
R$ 200 milhões anuais.
"Como industrial, tenho certeza de que os recursos oriundos da venda do prédio serão
aplicados em educação, em
treinamento e em capacitação
de mão de obra por parte do Senai, contribuindo para desonerar, nestes tempos de crise, a
indústria que hoje, além da
contribuição compulsória, paga a mais, em certas circunstâncias, caso deseje ter mão de
obra formada pela instituição",
afirma José Henrique Nunes
Barreto, presidente do Sindifumo (Sindicato da Indústria do
Fumo do Estado de São Paulo).
Texto Anterior: Petrobras estuda parceria em porto com siderúrgicas Próximo Texto: Banco Santos: Ministério Público Federal denuncia Edemar Cid Ferreira Índice
|