DA REDAÇÃO

Ainda não há elementos suficientes para afirmar que a recessão norte-americana tenha chegado ao fim. Palavra do NBER (Serviço Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês), órgão que determina o início e o final dos ciclos econômicos nos Estados Unidos.
De acordo com o comitê de datação de ciclos econômicos do NBER, ainda não se pode descartar a possibilidade de que ocorra uma nova contração na atividade. A entidade informou ontem que vê "pequenos avanços" na atividade econômica e que ainda precisa de mais dados para atestar o final da recessão.
Em novembro do ano passado, o NBER determinou que os EUA haviam mergulhado em recessão e que o período de queda na atividade se iniciara em março daquele ano. A contração do ano passado deu fim a um período de dez anos de expansão na atividade -o maior já registrado na história norte-americana.
O NBER possui uma definição de recessão diferente daquela usada pela maioria de governos e de acadêmicos. Pelos critérios da entidade, que reúne alguns dos principais acadêmicos do pais, recessão é "uma significativa queda na atividade em toda a economia que dure mais de alguns meses, identificada na produção industrial, no emprego, na renda e no comércio".
A definição mais conhecida e comum de recessão é a contração do PIB (Produto Interno Bruto) de uma determinada economia por pelo menos dois trimestres seguidos.
Em um comunicado emitido ontem, o grupo nota que o mercado de trabalho e a renda da população melhoraram nos últimos três meses. Mas destaca que ainda outros dados precisam ser avaliados até que se chegue a uma conclusão definitiva.
"Esses e outros sinais indicam que o declínio na atividade iniciado no ano passado pode ter chegado ao fim", afirma o NBER. Mas a entidade completa sua análise dizendo que só afirmará que o período de contração terminou "quando uma hipotética retração subsequente for uma nova recessão, não apenas uma continuação da anterior".
O NBER não tem pressa até emitir suas conclusões. Depois da recessão de 1990/91, encerrada oficialmente em março de 91, a entidade esperou até dezembro de 92 para indicar o mês exato em que aquele período de queda na atividade acabara.