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BANCOS
Valorização do real causa impacto negativo sobre os investimentos que a instituição tem no exterior e afeta balanço no 1º semestre
Lucro do ABN cai 23% com recuo do dólar
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro líquido do banco Real
ABN Amro encolheu 23% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2002. O resultado, de R$ 439 milhões, foi
afetado pela desvalorização do
dólar a partir do final de março,
segundo Marcos Matioli Vieira,
diretor-executivo do banco.
A queda do dólar teve impacto
negativo sobre os investimentos
que o banco tem no exterior e que
constituem uma forma de hedge
(proteção) às oscilações do câmbio. "Mas, quando o dólar cai, os
ativos do banco lá fora se desvalorizam. Como essa perda não é dedutível dos impostos, há prejuízo
fiscal, o que afeta o lucro."
A principal fonte de receitas do
Real no primeiro semestre foram
as operações de crédito, que totalizaram R$ 2,8 bilhões, com crescimento de 14,2% em relação ao
primeiro semestre do ano passado. "Esse é o foco do nosso negócio", diz Matioli.
O crescimento do crédito é fruto
do redirecionamento de recursos
das aplicações em títulos e valores
mobiliários, que caíram 20%. A
carteira de títulos do banco representa de 20% a 25% do total de ativos, enquanto a carteira de crédito corresponde a 59,7% dos ativos. "Nossa meta, em 2003, é elevar em 20% a carteira de crédito."
A visão do Real, segundo ele, é
que as taxas de juros e as margens
de lucro do setor tendem a cair e o
que vai proteger os resultados do
banco é o aumento do volume de
operações de crédito. "Nesse sentido, é fundamental garantir a
qualidade do crédito concedido e
baixos provisionamentos."
Provisionamento é a reserva
contábil feita nos balanços para
cobrir perdas com inadimplência.
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