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São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2003

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BANCOS

Valorização do real causa impacto negativo sobre os investimentos que a instituição tem no exterior e afeta balanço no 1º semestre

Lucro do ABN cai 23% com recuo do dólar

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O lucro líquido do banco Real ABN Amro encolheu 23% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2002. O resultado, de R$ 439 milhões, foi afetado pela desvalorização do dólar a partir do final de março, segundo Marcos Matioli Vieira, diretor-executivo do banco.
A queda do dólar teve impacto negativo sobre os investimentos que o banco tem no exterior e que constituem uma forma de hedge (proteção) às oscilações do câmbio. "Mas, quando o dólar cai, os ativos do banco lá fora se desvalorizam. Como essa perda não é dedutível dos impostos, há prejuízo fiscal, o que afeta o lucro."
A principal fonte de receitas do Real no primeiro semestre foram as operações de crédito, que totalizaram R$ 2,8 bilhões, com crescimento de 14,2% em relação ao primeiro semestre do ano passado. "Esse é o foco do nosso negócio", diz Matioli.
O crescimento do crédito é fruto do redirecionamento de recursos das aplicações em títulos e valores mobiliários, que caíram 20%. A carteira de títulos do banco representa de 20% a 25% do total de ativos, enquanto a carteira de crédito corresponde a 59,7% dos ativos. "Nossa meta, em 2003, é elevar em 20% a carteira de crédito."
A visão do Real, segundo ele, é que as taxas de juros e as margens de lucro do setor tendem a cair e o que vai proteger os resultados do banco é o aumento do volume de operações de crédito. "Nesse sentido, é fundamental garantir a qualidade do crédito concedido e baixos provisionamentos."
Provisionamento é a reserva contábil feita nos balanços para cobrir perdas com inadimplência.


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