|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Blitz na Santa Ifigênia apreende R$ 300 mil
70 fiscais da Receita Federal e da Fazenda paulista fiscalizaram 5 estabelecimentos durante operação
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Fazenda do
Estado de São Paulo e a Receita
Federal apreenderam ontem
cerca de R$ 300 mil em produtos eletroeletrônicos comercializados de forma irregular em
quatro dos cinco estabelecimentos fiscalizados na rua Santa Ifigênia, região central .
As lojas foram alvo do primeiro dia da operação Ventania -"que vai soprar para todos
os lados durante várias ocasiões", segundo fiscais da Receita. O objetivo é combater o
contrabando, a pirataria e a sonegação fiscal em São Paulo.
Um dos estabelecimentos foi
interditado pela Subprefeitura
da Sé por não oferecer condições de segurança e por irregularidades em seu depósito.
A ação ocorreu 15 dias após
reportagem da Folha mostrar
que as blitze realizadas no final
de 2005 e em março e abril deste ano não foram suficientes
para inibir o comércio de produtos ilegais nos centros de comércio popular da cidade.
As cinco lojas fiscalizadas foram escolhidas a partir do cruzamento de dados de movimentação financeira com declarações de renda feitas à Receita Federal -a diferença entre o que informaram ao fisco e
de fato movimentaram chegava até a 50%, segundo a Folha
apurou. Foram alvo da operação: Mega-Som, Digital World,
Target hometheather, Kalifas e
Mundo das Antenas.
Nesse último estabelecimento não houve apreensão, mas o
local foi lacrado por fiscais municipais por falta de segurança.
"Apresentamos notas, e viram
que trabalhamos com mercadoria nacional e importada de
forma correta. Fomos fechados
porque os fiscais do Contru
[Departamento de Controle do
Uso de Imóveis] encontraram
madeiras em nosso depósito, o
que nem sabíamos que era inadequado", disse Ferreira do
Carmo, gerente do local.
Procurados pela Folha, proprietários e advogados das outras quatro lojas que tiveram
produtos recolhidos não quiseram dar declarações ou não telefonaram de volta para a reportagem. Para transportar os
produtos, a Receita utilizou um
caminhão-baú.
A região já foi alvo em julho
de 2002 e dezembro de 2003
de duas megaoperações de policiais e fiscais. Há três anos,
mais de 1.000 homens confiscaram cerca de R$ 1 milhão em
produtos vendidos de forma irregular em lojas e boxes da
Santa Ifigênia.
Os 70 fiscais que participaram da operação encontraram
mercadorias importadas sem
documentação fiscal ou com
notas fiscais de fornecedores
de fachada. A Folha apurou
que, em algumas notas, fornecedores declaravam ter como
endereço a região da 25 de
Março ou da galeria Pagé (rua
Comendador Affonso Kherlakian) -ambos são considerados locais de alta concentração
de fornecedores "fantasmas".
"Quando a mercadoria não
têm origem, algumas empresas
emitem nota fiscal para acobertar a entrada de produtos
que vêm de origem ilegal", disse Antonio Carlos de Moura
Campos, diretor-adjunto da
Deat (Diretoria Executiva da
Administração Tributária) da
Fazenda paulista.
Ao cruzar os dados de fornecedores, o setor da inteligência
da Receita identificou pelo menos seis empresas com fortes
indícios de ser de fachada.
Enquanto fiscais entravam
nas lojas, viam notas e carregavam produtos para o caminhão-baú, ambulantes vendiam "tranqüilamente" CDs de
jogos piratas por R$ 10. "Hoje
não é com a gente", disse um
deles à Folha.
Texto Anterior: Outro lado: Garcia diz que reuniões foram transparentes Próximo Texto: Frase
Índice
|