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Votorantim investe R$ 1 bi na produção de cimento
Empresa fará 3 novas fábricas, em Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Tocantins
Objetivo é elevar produção em 30% para atender ao crescimento da construção civil puxado pela moradia popular e obras do PAC
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
Líder do mercado nacional
com 40% de participação, a Votorantim Cimentos anuncia
hoje um investimento superior
a R$ 1 bilhão na construção de
três novas fábricas e na ampliação das já existentes. Será o
maior investimento da empresa nos últimos dez anos.
A decisão de fazer esse investimento foi tomada pela Votorantim em razão tanto do crescimento do mercado imobiliário, puxado principalmente pelo segmento de moradia popular, como pelas perspectivas de
aquecimento da construção civil com as obras de infra-estrutura previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Com o investimento, a Votorantim Cimentos pretende aumentar sua capacidade de produção em cerca de 30%. A empresa quer estar preparada para atender o mercado interno e
o potencial até agora pouco explorado de exportação.
O investimento da Votorantim prevê a construção de três
novas fábricas (Tocantins, Rio
Grande do Norte e Santa Catarina), a reativação de uma
(Goiás) e a ampliação do restante das operações.
Com sede em São Paulo, a
Votorantim Cimentos, fundada
há 71 anos, é uma das dez maiores empresas de cimento do
mundo e é controlada pela família Ermírio de Moraes. Possui 33 unidades de produção
(24 fábricas no Brasil, 7 na
América do Norte e 1 na Bolívia), operando ainda 60 centros
de distribuição e 105 centrais
de concreto no país e mais de
60 centrais de concreto e terminais de cimento na América
do Norte. No ano passado, a
empresa, com 8.000 funcionários, faturou R$ 5,2 bilhões,
18% dos R$ 29 bilhões do total
da receita do grupo.
Mercado aquecido
A área de construção civil iniciou o seu processo de recuperação no ano passado, quando
registrou um crescimento de
8,2% e atingiu a marca de 39,5
milhões de toneladas de produção de cimento, o mesmo volume de 2000.
O secretário-executivo do
Snic (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), José Otávio de Carvalho, afirma que a
expectativa para este ano é que
o setor cresça entre 5% e 6% sobre 2006. Segundo ele, essa expansão é puxada principalmente pela recuperação da construção civil.
De acordo com Carvalho, o
segmento está colhendo os frutos da queda dos juros, do alongamento dos prazos dos financiamentos habitacionais e das
novas regras para o setor instituídas pelo governo entre 2004
e 2006. Essas novas regras possibilitaram a criação de novas
modalidades de financiamento
e impulsionaram o setor nesses
últimos dois anos.
O setor de construção civil
representa cerca de 13% do PIB
e é o que mais emprega no país,
com 13 milhões ou cerca de 15%
de todas as pessoas ocupadas,
quando se levam em conta os
impactos indiretos. Segundo
estudo recente da LCA Consultores, as expectativas para o
segmento neste ano são as melhores desde 1999.
Segundo o trabalho da LCA, a
trajetória da construção civil
pode ser dividida em dois períodos: de 1980 a 2003 e de
2004 em diante. De 1980 a
2003, o PIB do setor sofreu
uma queda de 6,8%, contra expansão de 57,6% do PIB total. O
fraco desempenho se explica
tanto pela diminuição drástica
da participação do Estado nos
investimentos, após a crise da
dívida externa, como pela falta
de investimento das empresas
e das famílias num ambiente de
muita instabilidade e incerteza
macroeconômica.
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