|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Itaú supera Bradesco e tem lucro recorde
Impulsionado pelo setor de crédito, resultado cresceu 36% e chegou a R$ 4,016 bi no 1º semestre, R$ 9 mi a mais que o rival
Itaú teve crescimento de 58,6% nos financiamentos de veículos e de 59,7% no crédito para pequenas empresas em relação a 2006
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Itaú, segundo maior banco
privado brasileiro, obteve lucro
líquido de R$ 4,016 bilhões no
primeiro semestre, resultado
35,8% superior ao do mesmo
período de 2006. O lucro é o
maior já reportado por bancos
brasileiros e supera em R$ 9
milhões os R$ 4,007 bilhões
anunciados na véspera pelo
Bradesco, maior banco privado
do país. No segundo trimestre,
porém, o lucro de R$ 2,115 bilhões do Itaú ficou abaixo dos
R$ 2,302 bilhões do Bradesco.
Mais uma vez, a alta lucratividade dos bancos brasileiros
decorre da popularização do
crédito no país, que se tornou
um dos negócios mais lucrativos do mundo, a partir da diferença ainda alta do dinheiro
captado e emprestado para o
consumidor final.
No caso do Itaú, a carteira de
crédito atingiu R$ 104,82 bilhões no final do primeiro semestre deste ano, 40,2% a mais
do que no mesmo semestre de
2006. O resultado inclui as carteiras que vieram do BankBoston, comprado por US$ 2,2 bilhões em maio de 2006. Sem o
Boston, o crescimento do crédito seria da ordem de até 25%
-acima dos 20% do mercado.
"As condições de crédito melhoraram. Os spreads [diferença entre taxas captadas e repassadas] caíram. Também houve
uma dilatação dos prazos da dívida", disse Silvio Carvalho, diretor-executivo do Itaú.
No crédito, o destaque ficou
para os financiamentos para
pessoa física, que somaram R$
45,035 bilhões, aumento de
32,9% na comparação com o
primeiro semestre do ano passado. Quase metade dessa carteira -R$ 22,28 bilhões- responde pelo empréstimo para a
compra de carro, área do crédito em que o Itaú cresceu 58,6%
no período e passou a ocupar
23,8% do mercado. "A concorrência trouxe taxas em nível internacional para veículos."
Por outro lado, o banco teve
crescimento no período de apenas 16% no crédito para grandes empresas. Já para micro,
pequenas e médias empresas, o
crescimento foi de 59,7%. O resultado se explica, mais uma
vez, pela incorporação do
BankBoston. "Um terço da carteira de crédito do Boston era
de pequenas empresas."
Para Erivelto Rodrigues, da
Austin Rating, os últimos balanços mostram que os bancos
conseguiram substituir o ganho fácil das tesourarias com o
juro alto pelo crédito. "Os bancos brasileiros estão fazendo
cada vez mais o seu papel de intermediador financeiro. Cortaram custos e aumentaram a eficiência." A Austin Rating projeta para o ano lucro de R$ 8 bilhões para o Itaú e o Bradesco.
O resultado do Itaú no semestre foi inflado por ganhos
não-recorrentes de R$ 485 milhões com a venda da Serasa e
de R$ 75 milhões com a venda
do prédio do BankBoston em
São Paulo. O mesmo aconteceu
com o Bradesco, que teve ganhos extras de R$ 501 milhões
com a venda das ações da Arcelor e da Serasa.
Não fossem as provisões milionárias feitas pelo Bradesco e
pelo Itaú, os resultados seriam
ainda maiores. O Itaú tem um
saldo de provisões de R$ 7,914
bilhões, e o Bradesco, de R$
7,033 bilhões. A receita com
prestação de serviços, que inclui tarifas bancárias, somou
R$ 4,9 bilhões, um aumento de
R$ 17% em relação a 2006. As
tarifas de concessão de crédito
cresceram 34% no período.
Texto Anterior: Argentina: Término do racionamento é anunciado Próximo Texto: Fed apenas cita turbulência nos mercados e não muda de tom Índice
|