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Obras do PAC e Oi turbinam desembolsos
Volume liberado pelo BNDES atinge R$ 38,6 bi no 1º semestre, 56,2% a mais do que no mesmo período do ano passado
Maiores desembolsos vão para reestruturação da tele para compra ainda não aprovada da Brasil Telecom e para MMX de Eike Batista
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Impulsionado por obras do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) e por operações de grande porte, como o
apoio à reestruturação societária da controladora da Oi, o
BNDES teve desembolso recorde no primeiro semestre. O
banco emprestou R$ 38,6 bilhões, alta de 56,2% em relação
ao primeiro semestre de 2007.
A maior operação no período
foi a de reestruturação da Telemar Participações, controladora da Oi, por meio de uma complexa operação de compra de
ações envolvendo recursos da
carteira da BNDESPar, o braço
de participações do banco. O
valor total da operação, de R$
2,569 bilhões, já foi desembolsado pelo banco, apesar de a razão da reestruturação -a compra da Brasil Telecom pela Oi-
ainda depender de mudança na
legislação do setor.
Dados do BNDES mostram
que os empréstimos para telecomunicações cresceram
3.583,3% no primeiro semestre
e somaram R$ 3,6 bilhões.
"O banco tem R$ 13 bilhões
emprestados a todas as empresas de telecomunicações. As
grandes e as pequenas são
clientes relevantes. O investimento previsto nesse setor ao
longo dos próximos quatro
anos soma R$ 56 bilhões, e vamos participar com um pedaço
importante disso em financiamentos", afirmou o presidente
do BNDES, Luciano Coutinho.
O segundo maior empréstimo foi para a MMX, de Eike Batista, com R$ 2,323 bilhões para
implantação de infra-estrutura
para exploração de minério de
ferro em Minas Gerais e para a
construção do porto do Açu, no
Estado do Rio.
Foi também no primeiro semestre que o banco aprovou
uma linha de crédito de R$ 7,2
bilhões para a Vale. Nesse caso,
no entanto, os recursos podem
ser desembolsados de acordo
com o plano de investimentos
da mineradora de 2008 a 2012.
As obras do PAC tiveram papel essencial no aumento dos
empréstimos. A carteira de
operações aprovados ou contratadas soma R$ 34,7 bilhões.
O setor de energia representa
R$ 23 bilhões deste total. No total, o BNDES tem em carteira,
entre consultas, enquadramentos e aprovações 170 projetos
do PAC. O banco não detalhou
o montante desembolsado ao
PAC no primeiro semestre,
quando foram aprovadas operações de saneamento em Minas, no Rio Grande do Sul e no
Espírito Santo e de financiamento para a construção da
usina hidrelétrica de Simplício.
Em 2005 e 2006, a indústria
liderava o crescimento nos desembolsos. Em 2007 e no primeiro semestre deste ano, a infra-estrutura conseguiu ficar
bastante próximo em termos
de liberações, e o banco estima
que ao final do ano pode ultrapassar a indústria em volume.
De janeiro a junho, o banco
emprestou R$ 16,1 bilhões para
a indústria, uma alta de 42,6%.
No período, os financiamentos
para infra-estrutura somaram
R$ 15,2 bilhões, alta de 83,1%. A
agropecuária teve alta de
15,8%, com R$ 2,8 bilhões.
Para o BNDES, o ritmo de desembolso aponta que o investimento continuará com forte
expansão em 2008 e 2009, apesar do quadro de desaceleração
da economia mundial.
Já as aprovações de novos
pedidos de financiamento somaram R$ 51,2 bilhões no semestre e R$ 111,8 bilhões no
acumulado em 12 meses.
Coutinho prevê aumentar o
volume de desembolsos com
grandes projetos em 2009 como a usina de Belo Monte, concessões rodoviárias, o trem de
alta velocidade Rio-SP e um
corredor bioceânico unindo
Santos e Antofagasta, no Chile.
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