São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Balança de máquinas pesadas deve fechar ano no vermelho

Após quatro anos de saldo positivo, a balança comercial de máquinas pesadas feitas sob encomenda, chamadas de não-seriadas, deve fechar 2008 no vermelho, segundo a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base).
O saldo da balança comercial desses produtos caiu 71% de janeiro a agosto deste ano na comparação com os mesmos meses do ano passado.
Com isso, o superávit de US$ 593,5 milhões registrado entre janeiro e agosto do ano passado foi reduzido para US$ 170,8 milhões neste ano.
Enquanto as exportações cresceram 32% até o mês de agosto, as importações avançaram 64%. De acordo com Paulo Godoy, presidente da associação, se o ritmo se mantiver, neste ano é possível que haja déficit comercial.
Godoy afirma que, entre as máquinas importadas, há tanto equipamentos que não são produzidos no Brasil, e que as empresas precisam encomendar do exterior, como opções feitas no país que foram substituídas por produtos da China.
Para o presidente da Abdib, é preciso implementar medidas para melhorar a competitividade das companhias brasileiras, como redução de tributos e de custos de logística, assim como incentivos para a inovação tecnológica. Segundo Godoy, algumas ações já foram contempladas na política industrial anunciada pelo governo em maio.
Godoy destaca, no entanto, que, apesar da piora no saldo comercial, a produção de máquinas não-seriadas cresce acima de 10% ao mês desde dezembro. O crescimento do setor em julho foi de 17,3% comparado ao mesmo mês do ano passado -o avanço da produção da indústria foi de 8,5% no período.
"Além do aumento expressivo da produção, há o incremento das importações. Nós vemos um boom de investimento industrial no Brasil", afirma o presidente da Abdib.
Boa parte do aumento da produção é absorvido pelo mercado interno. De acordo com a associação, chamam a atenção os investimentos na área de mineração, siderurgia, papel e celulose, energia e petróleo. "Estamos crescendo muito, mas sabemos que podemos crescer muito mais", afirma Godoy.
O presidente da associação diz que os investimentos para desenvolver a produção de petróleo no país também devem alavancar a produção de máquinas pesadas. Outra conseqüência, segundo ele, será a de estimular a inovação tecnológica para bens de capital.

CONTRA O TEMPO

A Maison Veuve Clicquot vai inaugurar, no dia 10, em São Paulo, sua terceira butique no mundo. Depois de abrir uma na Alemanha e outra na China, a marca terá um espaço no shopping Iguatemi. A butique, que ainda está em construção, não virá para ficar. Suas portas serão fechadas no dia 31 de dezembro. Mesmo assim, o gasto será alto -de cerca de 40% do investimento da marca no Brasil, segundo Gabriela Moreno, responsável pelas marcas do grupo LVMH Moët Hennessy. Nos poucos meses de funcionamento, a cenografia da loja será alterada. Até o final do ano, serão vendidos no Brasil acessórios como baldes de gelo, rolhas herméticas e taças com a marca Veuve Clicquot. "São itens que só apareciam em eventos da marca e nos hotéis e restaurantes parceiros", afirma Moreno.

POLIGLOTA
A rede Yes! Curso de Idiomas quer se expandir para Santa Catarina nos próximos quatro meses. Atualmente, a marca tem sete centros de ensino no Sul. Até o fim do ano está previsto aumento de 30% no número de franquias, chegando a cem unidades no país. Do total, a região catarinense terá dez filiais, com investimento de R$ 1 milhão.

DESEMBARQUE
Chris Pearson, presidente da 3G Americas (associação sobre tecnologias sem fio) chega ao Rio amanhã para o AmericasCom, evento em que discutirá com os principais executivos de telecomunicações do país suas experiências em 3G. Até o fim do ano o Brasil deverá ter 3 milhões de assinantes 3G.

COPO CHEIO

A Abih-SP (associação de hotéis) registrou alta de 30% no consumo de bares e restaurantes de hotéis paulistanos desde que a lei seca entrou em vigor. Para Maurício Bernardino, presidente da Abih-SP, uma das razões é o consumo de hóspedes do interior de São Paulo que vêm de carro à cidade. "Em vez de sair, eles bebem no hotel." Para aproveitar, a entidade lançou a campanha "Para beber, hospede-se. Não dirija".

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI



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