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AGROFOLHA
AGRICULTURA
Custo de proteção alto e falta de costume impedem maior utilização do produto por agricultores brasileiros
Uso do seguro rural é incipiente no Brasil
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
O seguro rural ainda é incipiente no Brasil. Problemas de custo e
de padronização desse produto
impedem que um volume expressivo da produção agrícola brasileira seja protegido. Outro fator limitante é que não existe a cultura
de proteção financeira da produção por parte dos agricultores.
Utilizado para dois fins específicos -garantir o resultado da produção e proteger a lavoura de fenômenos naturais-, essa modalidade de seguro não é utilizada
pela maioria dos produtores.
Segundo a Aliança Brasil, seguradora do Banco do Brasil, os volumes de prêmios e de patrimônio rural segurado são muito pequenos. Enquanto o seguro de automóveis atinge 25% da frota nacional, o rural não chega a 1% do
total plantado no Brasil.
Entre janeiro e dezembro de
2001, o volume financeiro segurado no campo foi de R$ 34,2 milhões. Neste ano, até julho, esse
volume chega apenas a R$ 18,3
milhões. Em comparação, o valor
total dos seguros de automóveis
no país chegou a R$ 3,7 bilhões
entre janeiro e julho deste ano.
Segundo Carlos Eduardo Rodrigues, assessor de produtos da
Aliança Brasil, cada seguro rural
tem especificidades exclusivas,
que mudam de uma região para
outra. É difícil, portanto, estabelecer um seguro padrão para todo o
Brasil. Esse, segundo ele, é um dos
impedimentos para a maior difusão desse tipo de seguro no país.
Por isso, empresas já elaboram
contratos específicos para cada
região, com variações de taxas, levando em conta os riscos e os preços de uma cultura no local.
Outro problema, segundo os
produtores, é o alto custo do seguro. Para Carlos Roberto Pupin,
triticultor em Maringá (PR), é inviável até para médios produtores
aguentar os custos de contratar
proteção para a lavoura.
"O seguro corresponde a cerca
de 14% do valor total obtido com
a produção. Se já fica difícil para o
grande aguentar, imagine para o
pequeno e para o médio", diz.
Pupin sentiu na pele não ter
contratado seguro para a safra
2001/ 2002. Por causa das geadas
de setembro no Paraná, perdeu
mais de 20% de sua produção de
trigo. Isso só não o afetou mais
porque o preço subiu muito e foi
possível minimizar o prejuízo
com o restante do trigo colhido.
Em 2003 ele vai aumentar a área
plantada e, por isso, irá contratar
um seguro. "É caro, mas preciso
dividir o risco com alguém."
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