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Bovespa recua mais 4,6% e já perde 37% neste ano
Bolsa paulista não sustenta alta e cai a 40.139 pontos, menor nível desde 2006
Na primeira hora de pregão,
Bolsa chega a subir 2,5%;
intensidade das oscilações
cresce com aumento
da turbulência global
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa ensaiou um pregão de recuperação ontem, tendo chegado a subir 2,5% na primeira hora de negociações. Porém, o enfraquecimento de
Wall Street à tarde acabou arrastando a Bovespa, que encerrou o pregão com queda de
4,66%. O mercado de câmbio
também não deu trégua, e o dólar subiu mais 5,14%, para encerrar vendido a R$ 2,311.
Não faltaram ontem novas
medidas contra a crise, anunciadas pelos principais bancos
centrais do mundo. Mas elas
não foram suficientes para mudar o pessimismo no mercado.
Em Nova York, o índice Dow
Jones caiu 5,11%; a Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 5,80%.
Ontem o índice Ibovespa
(que reúne as 66 ações mais negociadas) terminou aos 40.139
pontos, o mais baixo nível desde novembro de 2006. A queda
da Bolsa no mês já alcança
18,98%. No acumulado do ano,
as perdas somam 37,17%.
"Estamos atravessando um
período de irracionalidade nos
mercados, com a volatilidade
muito elevada. As oscilações
têm se tornado mais fortes. E
não há como [o Brasil] escapar
e ficar isolado. Além das dúvidas em relação aos efeitos do
pacote do governo americano,
as preocupações com a Europa
passaram a pesar mais", afirmou Cristiano Souza, economista do Banco Real.
No começo da tarde, o anúncio da queda recorde no crédito
ao consumo nos Esttados Unidos em agosto surpreendeu negativamente os analistas, que
não contavam com um resultado tão ruim. Os dados reforçam
os temores de que a maior economia do mundo está cada vez
mais próxima da recessão.
O discurso de Ben Bernanke,
presidente do Fed (o BC americano), que sinalizou que pode
baixar os juros nos EUA se for
necessário, não foi suficiente
para acalmar os mercados. Os
investidores contavam com um
sinal mais claro de que os juros
estão para ser cortados.
Com a elevada participação
dos estrangeiros, que respondem por 35% das operações, a
Bolsa paulista não consegue se
proteger das movimentações
do mercado internacional.
Concentrando 20% do total
negociado, a ação preferencial
da Petrobras teve mais um dia
de forte oscilação: na máxima,
se valorizou em 2,86%; na mínima, recuou 7,70%; e fechou
com queda de 5,66%.
Pela facilidade em ser negociada, a ação da Petrobras está
entre as mais suscetíveis a movimentos especulativos, que
têm caracterizado esse período
de intensificação da instabilidade. Mais do que comprar
uma ação pensando em um futuro promissor da companhia,
os investidores têm adquirido
papéis com a intensão de revendê-los ainda no mesmo dia,
logo que algum lucro for obtido.
Entre as maiores baixas do
pregão, apareceram B2W Varejo (com recuo de 15,16%), Cyrela Realt ON (-13,79%) e Nossa
Caixa ON (-13,79%).
Oscilações mais bruscas
Quem tem se arriscado a negociar na Bolsa tem encontrado
um cenário muito mais difícil
para operar. A volatilidade
-intensidade e freqüência das
oscilações dos preços das
ações- cresceu consideravelmente nos últimos dias.
O índice de volatilidade para
o Ibovespa na última segunda-feira superou os 82%. No último ano, esse índice, que é medido pela BM&FBovespa, sempre oscilou próximo dos 30%.
Quanto maior o índice, mais
elevada a volatilidade e, conseqüentemente, os riscos de investir na Bolsa de Valores.
Para a Petrobras, a volatilidade está ainda mais intensa, tendo alcançado os 95%.
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