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Crédito afeta indústria em 2009, diz CNI
EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE
A indústria brasileira deve
sentir os efeitos da crise internacional de crédito já no
início de 2009, segundo avaliação da CNI (Confederação
Nacional da Indústria).
De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI,
Flávio Castelo Branco, a desaceleração da indústria em
agosto, divulgada ontem pela
entidade, ainda não reflete o
problema. Ele avalia que
qualquer impacto no final de
2008 não vai comprometer o
crescimento previsto para
este ano, de 5,5%.
Para 2009, a CNI prevê
crescimento de 3,5%, como
reflexo do encarecimento do
crédito internacional, que
deve atingir também as linhas internas.
"Já nos primeiros meses
de 2009, vamos ter uma percepção mais clara dessa desaceleração na economia
mundial", afirmou. "O efeito
da redução no volume de crédito e o encarecimento do
crédito vão se transmitir para as linhas que não têm ligação com recursos internacionais." Segundo ele, com o
aperto no crédito internacional, seria hora de o Banco
Central rever a política de
aumento juros, para observar com clareza os efeitos da
crise na economia.
A entidade diz que o aprofundamento da crise em setembro tornou explícito o
problema de crédito, que afeta primeiro as empresas que
dependem de financiamento
para o comércio exterior.
O economista afirma que
esse fator impedirá os setores exportadores de aproveitar benefícios da alta do dólar. "Não adianta a taxa de
câmbio estar num nível mais
positivo se você não tem o
crédito. Nesse cenário, dificilmente esses setores vão
encontrar crédito para fazer
esses negócios", afirmou.
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