São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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MONTADORAS

Em outubro foram fabricados 169,8 mil veículos e vendidos 141,6 mil; redução do IPI impulsionou negócios

Produção de carros é a maior em 17 meses

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

As vendas no atacado e a produção de veículos automotores em outubro foram as maiores dos últimos 17 meses, divulgou ontem a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). No mês passado, foram produzidos 169,8 mil veículos, 12,9% a mais que setembro e 30,1% a mais que outubro do ano passado. Já as vendas no atacado cresceram 15,5% em outubro contra o mês anterior e 33,4% sobre o mesmo mês do ano passado, atingindo a marca de 141,6 mil veículos nacionais vendidos.
As comparações com o mesmo mês de 2001, porém, têm como base um período atípico para o mercado de veículos, já que, na época, ainda havia temores com relação aos efeitos do ataque terrorista de 11 de setembro e do racionamento de energia.
Mesmo com a recuperação, a produção de veículos ainda acumula queda de 5,5% no ano, em relação ao mesmo período de 2001. Já as vendas acumuladas no atacado caíram 8%, na comparação com o ano passado.
De acordo com as montadoras, o principal motivo para esse resultado foi a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para alguns tipos de veículos, principalmente os movidos a álcool e os de mais de mil cilindradas. Por causa desse incentivo fiscal, a participação de carros populares na venda total de veículos no país caiu para 56,6%. Esse tipo de veículo tinha uma parcela de 77% do mercado antes da redução do IPI.
Desde julho, o IPI dos carros populares, que era de 10%, foi reduzido para 9% no caso dos movidos a álcool. Para os carros de 1.000 a 2.000 cilindradas, as alíquotas foram divididas em 14% (álcool) e 16% (gasolina). Para os automóveis com mais de 2.000 cilindradas, o IPI passou para 20% (álcool) e 25% (gasolina). Antes dessa alteração, todos os modelos acima de mil cilindradas tinham uma alíquota única de 25%.

Ociosidade
As montadoras brasileiras decidiram apostar na busca por novos mercados para tentar reduzir o nível de ociosidade de suas fábricas no país. Segundo a Anfavea, o uso da capacidade instalada no setor chega apenas a 44%.
O próximo e principal objetivo das montadoras brasileiras é a União Européia. De acordo com a Anfavea, uma missão de executivos do país deve ir à Europa na próxima semana. Seu objetivo será articular um acordo comercial entre o Brasil e o bloco europeu para o setor automotivo. As negociações, porém, só devem dar resultados entre 2004 e 2005, de acordo com as previsões das montadoras.
(JOSÉ SERGIO OSSE e FABIANA FUTEMA)


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