São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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TRANSE

Missão técnica chega ao Brasil para revisão do acordo de US$ 30,4 bi e vai ter primeiro encontro com equipe de Lula

FMI vê como fica plano "daqui para a frente"

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

A missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) que chega ao Brasil neste final de semana tem como missão rever o andamento do acordo de US$ 30,4 bilhões com o país e decidir "como ele deve continuar daqui para a frente".
É o que disse ontem o porta-voz do FMI, Thomas Dawson, ao referir-se aos técnicos do Fundo que começarão a fazer, na próxima semana, a primeira revisão trimestral do programa negociado com o governo brasileiro em agosto.
Será a primeira missão liderada no Brasil pelo economista argentino Jorge Marquez-Ruarte, recém-empossado diretor-assistente do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo. Marquez-Ruarte substituiu o economista Lorenzo Perez na chefia das negociações com o governo brasileiro. Perez, no entanto, também fará parte do grupo que viaja para o Brasil. Marquez-Ruarte chega no domingo e começa a trabalhar na segunda-feira, em Brasília. O restante da missão (de sete ou oito técnicos) chega ao Brasil na próxima terça-feira.

Base
Indagado sobre os objetivos básicos e limites da missão, Dawson disse: "Há um programa em andamento, com uma estrutura apoiada por todos os candidatos -ou três dos quatro candidatos. Essa é a base sobre a qual a revisão será conduzida. Mas claramente essa é uma oportunidade tanto com o governo atual quanto com a futura administração para rever o que está ocorrendo no programa e como ele deveria caminhar daqui para a frente. Existe grande interesse em ouvir os planos e idéias da nova administração".
Dawson confirmou que, durante a revisão, vai haver o primeiro encontro do FMI com representantes do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. "É razoável esperar que haverá contato com os membros da equipe de transição", disse. "Obviamente, há um grande interesse nos planos e idéias do novo governo."

Nos trilhos
O porta-voz do Fundo disse que "o programa parece estar nos trilhos" e que o próximo desembolso, de US$ 3 bilhões, deverá ser liberado sem problemas em dezembro. Dawson também disse que o FMI vê de forma positiva a melhoria dos mercados depois da eleição de Lula. No entanto ele não quis adiantar as possíveis mudanças no programa -como, por exemplo, um aumento da atual meta de superávit fiscal para o ano de 2003.


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