São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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Estatal repassa custo de importação, e gás industrial aumenta mais 11%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Apenas dois dias depois de ter reajustado o GLP para usos industrial e comercial, a Petrobras aumentou novamente o preço do produto, segundo distribuidores ouvidos pela Folha.
Segundo o diretor Comercial da Copagáz, Amaro Helfstein, o novo aumento foi de 11%, em média, e passou a valer a partir de ontem.
O executivo afirmou que a Petrobras informou às distribuidoras na terça-feira, por e-mail, que subiria o preço do produto. Foi o mesmo dia em que passou a vigorar o reajuste anterior.
Desde que o valor do botijão de 13 quilos sofreu tabelamento, o preço do produto passou a subir separadamente e já sofreu quatro reajustes -os anteriores foram de 5,9%, de 5,7% (ambos no final de setembro) e de 14,8% (na última terça-feira).
O executivo de outra grande distribuidora, que não quis ter o nome revelado para, segundo ele, evitar problemas com a Petrobras, também informou à Folha o novo aumento. Ele confirmou percentual, forma e dia em que foi avisado do fato pela Petrobras.

Custo de importação
Procurada, a Petrobras não confirmou o percentual. Informou apenas, por intermédio da assessoria de imprensa, que "dada a solicitação das companhias de a Petrobras importar" diretamente o produto -e não as distribuidoras-, esse custo seria acrescido ao preço.
Segundo a Folha apurou com distribuidores, o reajuste de ontem não está relacionado com o anunciado na semana passada. O primeiro reajuste teve como objetivo reduzir a defasagem em relação ao preço internacional e corrigir a variação cambial.
No início do mês passado, houve um acordo entre a Petrobras e as distribuidoras. Pelo acordo, a estatal importaria a parcela do GLP destinada ao segmento comercial e industrial que não produz no Brasil e repassaria esse custo em novembro às engarrafadoras.
O pacto foi selado numa reunião na sede da ANP (Agência Nacional do Petróleo), no Rio. A Petrobras confirma a versão e informa que importou 36 mil toneladas de GLP em outubro, conforme havia sido acordado.
Em agosto, a Petrobras informou às distribuidoras que elas deveriam comprar no exterior, diretamente, ao menos 20% da necessidade de importação do GLP.
Na época, as distribuidoras argumentaram que não tinham logística nem capacidade de importar com um preço tão competitivo como o obtido pela estatal.
Foi acertado, então, que a Petrobras não diminuiria já o volume importado, mas que a parcela "adicional" seria repassada ao preço do produto no mês de novembro.


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