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Estatal repassa custo de importação,
e gás industrial aumenta mais 11%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Apenas dois dias depois de ter
reajustado o GLP para usos industrial e comercial, a Petrobras
aumentou novamente o preço do
produto, segundo distribuidores
ouvidos pela Folha.
Segundo o diretor Comercial da
Copagáz, Amaro Helfstein, o novo aumento foi de 11%, em média,
e passou a valer a partir de ontem.
O executivo afirmou que a Petrobras informou às distribuidoras na terça-feira, por e-mail, que
subiria o preço do produto. Foi o
mesmo dia em que passou a vigorar o reajuste anterior.
Desde que o valor do botijão de
13 quilos sofreu tabelamento, o
preço do produto passou a subir
separadamente e já sofreu quatro
reajustes -os anteriores foram
de 5,9%, de 5,7% (ambos no final
de setembro) e de 14,8% (na última terça-feira).
O executivo de outra grande
distribuidora, que não quis ter o
nome revelado para, segundo ele,
evitar problemas com a Petrobras, também informou à Folha o
novo aumento. Ele confirmou
percentual, forma e dia em que foi
avisado do fato pela Petrobras.
Custo de importação
Procurada, a Petrobras não confirmou o percentual. Informou
apenas, por intermédio da assessoria de imprensa, que "dada a
solicitação das companhias de a
Petrobras importar" diretamente
o produto -e não as distribuidoras-, esse custo seria acrescido
ao preço.
Segundo a Folha apurou com
distribuidores, o reajuste de ontem não está relacionado com o
anunciado na semana passada. O
primeiro reajuste teve como objetivo reduzir a defasagem em relação ao preço internacional e corrigir a variação cambial.
No início do mês passado, houve um acordo entre a Petrobras e
as distribuidoras. Pelo acordo, a
estatal importaria a parcela do
GLP destinada ao segmento comercial e industrial que não produz no Brasil e repassaria esse
custo em novembro às engarrafadoras.
O pacto foi selado numa reunião na sede da ANP (Agência
Nacional do Petróleo), no Rio. A
Petrobras confirma a versão e informa que importou 36 mil toneladas de GLP em outubro, conforme havia sido acordado.
Em agosto, a Petrobras informou às distribuidoras que elas
deveriam comprar no exterior,
diretamente, ao menos 20% da
necessidade de importação do
GLP.
Na época, as distribuidoras argumentaram que não tinham logística nem capacidade de importar com um preço tão competitivo
como o obtido pela estatal.
Foi acertado, então, que a Petrobras não diminuiria já o volume
importado, mas que a parcela
"adicional" seria repassada ao
preço do produto no mês de novembro.
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