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EFEITO DÓLAR
Projeções indicam que retorno do investimento está em 8,27 anos
Acionista lucra mais rápido no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do tombo no ano passado, a melhora do mercado acionário brasileiro não se evidencia
apenas pela expansão de 65,70%,
até ontem, no Ibovespa.
Pelas projeções de analistas de
17 corretoras e bancos, ouvidos
pela consultoria Thomson Financial, o mercado acionário brasileiro mantém um nível médio de P/
L (relação de preço/lucro) melhor
que de outros emergentes, como
o México e a Turquia. P/L é o preço da ação dividido pelo lucro por
ação. Esse índice sugere, com base
no lucro projetado para determinado ano, em quantos anos ocorrerá o retorno do investimento
-assim, quando a empresa registra prejuízo, não se pode apurar o
P/L naquele ano contábil.
De acordo com a Thomson,
consideradas as projeções para o
final de 2003, o nível atual de P/L
do mercado brasileiro está em
8,27 anos. No mercado turco, por
exemplo, esse índice se situa em
11,44 anos, e, no México, em 12,17
anos. Para os EUA, esse índice
mantém média histórica de 15
anos. Na Ásia, é superior a 17.
O setor de alimentos desponta
como a melhor relação para esse
indicador: 3,11 anos, em tese, seria
o tempo para que ocorra o retorno para o dinheiro investido em
papéis desse segmento.
"Nossos níveis desse indicador
sempre foram mais baixos em relação aos desenvolvidos, principalmente no período de inflação
alta, porque a inflação inflava os
lucros", lembra Álvaro Bandeira,
da corretora Ágora. ""Não deixa de
ser um indicador importante se
compararmos com outros emergentes", completa.
O estudo, a partir das estimativas de corretoras e bancos, aponta
que, ao final de 2004, a relação
preço/lucro projetado para os papéis brasileiros continuará em
queda: 6,54 anos. Aplicações em
ações de holding e do setor de papel e celulose seriam as mais atrativas porque tomariam 4,37 e 5,36
anos para "dar retorno".
Ao comentar o desempenho do
Ibovespa no ano, a consultoria
atribui a expansão ao aumento da
liquidez e baixas taxas de juros no
mercado internacional -que estimulam o direcionamento de recursos para emergentes à procura
de papéis baratos. Por conta disso, a rubrica de entrada de investimentos estrangeiros na Bovespa
apresenta saldo positivo superior
a R$ 6 bilhões neste ano.
Além disso, a queda dos juros
brasileiros e o avanço das reformas tributárias e da Previdência
estimularam o interesse interno
por aplicações de renda variável.
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