UOL


São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EFEITO DÓLAR

Projeções indicam que retorno do investimento está em 8,27 anos

Acionista lucra mais rápido no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois do tombo no ano passado, a melhora do mercado acionário brasileiro não se evidencia apenas pela expansão de 65,70%, até ontem, no Ibovespa.
Pelas projeções de analistas de 17 corretoras e bancos, ouvidos pela consultoria Thomson Financial, o mercado acionário brasileiro mantém um nível médio de P/ L (relação de preço/lucro) melhor que de outros emergentes, como o México e a Turquia. P/L é o preço da ação dividido pelo lucro por ação. Esse índice sugere, com base no lucro projetado para determinado ano, em quantos anos ocorrerá o retorno do investimento -assim, quando a empresa registra prejuízo, não se pode apurar o P/L naquele ano contábil.
De acordo com a Thomson, consideradas as projeções para o final de 2003, o nível atual de P/L do mercado brasileiro está em 8,27 anos. No mercado turco, por exemplo, esse índice se situa em 11,44 anos, e, no México, em 12,17 anos. Para os EUA, esse índice mantém média histórica de 15 anos. Na Ásia, é superior a 17.
O setor de alimentos desponta como a melhor relação para esse indicador: 3,11 anos, em tese, seria o tempo para que ocorra o retorno para o dinheiro investido em papéis desse segmento.
"Nossos níveis desse indicador sempre foram mais baixos em relação aos desenvolvidos, principalmente no período de inflação alta, porque a inflação inflava os lucros", lembra Álvaro Bandeira, da corretora Ágora. ""Não deixa de ser um indicador importante se compararmos com outros emergentes", completa.
O estudo, a partir das estimativas de corretoras e bancos, aponta que, ao final de 2004, a relação preço/lucro projetado para os papéis brasileiros continuará em queda: 6,54 anos. Aplicações em ações de holding e do setor de papel e celulose seriam as mais atrativas porque tomariam 4,37 e 5,36 anos para "dar retorno".
Ao comentar o desempenho do Ibovespa no ano, a consultoria atribui a expansão ao aumento da liquidez e baixas taxas de juros no mercado internacional -que estimulam o direcionamento de recursos para emergentes à procura de papéis baratos. Por conta disso, a rubrica de entrada de investimentos estrangeiros na Bovespa apresenta saldo positivo superior a R$ 6 bilhões neste ano.
Além disso, a queda dos juros brasileiros e o avanço das reformas tributárias e da Previdência estimularam o interesse interno por aplicações de renda variável.


Texto Anterior: Efeito dólar: Lucro das empresas abertas dobra em 2003
Próximo Texto: Opinião econômica: O jogo da economia e do direito
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.