|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BALANÇOS
Instituição lucra R$ 4,05 bilhões de janeiro a setembro, melhor resultado já registrado pelo setor bancário para o período
Crédito leva Bradesco a dobrar o lucro
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco bateu o Itaú mais
uma vez: de janeiro a setembro, o
lucro líquido do banco somou R$
4,05 bilhões, contra R$ 3,82 bilhões registrados pelo concorrente no período.
Além do resultado bilionário e
recorde, o Bradesco, maior banco
privado do país, obteve importante crescimento de sua rentabilidade sobre o patrimônio líquido
médio, que subiu de 20% no fim
do terceiro trimestre de 2004 para
33,7% em igual período deste ano.
Somente no terceiro trimestre, o
lucro contabilizado pelo banco
chegou a R$ 1,43 bilhão.
A expansão do crédito, especialmente no segmento de pessoa física, foi o grande impulsionador
do resultado. A carteira de crédito
chegou a R$ 75,24 bilhões ao final
de setembro -estava em R$
59,98 bilhões um ano antes.
O lucro da instituição financeira, que saltou 102% em relação
aos primeiros nove meses de
2004, ficou dividido da seguinte
forma: 39% com o crédito; 30%
com seguros; 26% com serviços; e
5% com o segmento de títulos e
valores mobiliários. No fim do
primeiro semestre, a área de crédito representava 34% do total.
"A expansão da carteira de crédito chama a atenção. O banco está entrando forte no segmento de
pessoa física e obtendo grandes
retornos", diz Erivelto Rodrigues,
presidente da Austin Rating. "O
principal desafio deles agora é
manter o ROE [rentabilidade sobre o patrimônio] acima dos
30%", afirma Rodrigues.
O lucro do Bradesco entre janeiro e setembro foi o maior já registrado pelo setor bancário de capital aberto, mesmo considerando
os dados anuais fechados, de
acordo com levantamento da
consultoria Economática.
O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, ao anunciar ontem
os resultados da instituição, previu que a carteira de crédito termine este ano com crescimento
em torno dos 25%.
"A recuperação da renda e do
emprego, além da estratégia de
crescimento no segmento [pessoa
física], tem sido importante [para
a expansão do crédito]", afirmou.
Dentro dessa estratégia, analistas destacam parcerias com grandes grupos de varejo -como as
Casas Bahia- e a aquisição de
carteiras ou mesmo instituições
de menor porte.
Riscos
Ao menos por enquanto, a elevação da base de empréstimos à
pessoa física -que costuma representar mais riscos- não trouxe problemas: o índice de inadimplência do Bradesco recuou de
3,7% para 3,1% entre setembro de
2004 e o mesmo mês deste ano.
Como o banco continua otimista em relação à economia brasileira em 2006, projetando crescimento do PIB de 4%, o cenário segue positivo para o crédito manter cada vez mais peso em seus resultados. Para 2006, a expectativa
da instituição é que o crédito cresça entre 20% e 25%.
Juros
Nem mesmo o atual processo de
redução da taxa básica de juros da
economia parece assustar o banco. "À medida que os juros caem,
as operações de crédito aumentam imediatamente. Fora isso, temos uma capacidade de crescimento orgânico muito grande",
afirmou o presidente do Bradesco. A instituição prevê que a taxa
Selic estará em 14,5% no fim de
2006 -a taxa está atualmente em
19% anuais.
O número de contas correntes
chegou a 16,5 milhões no fim de
setembro, com aumento de 7,8%
em relação a 2004.
A ação preferencial do Bradesco
foi a terceira mais negociada no
pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo. O papel registrou valorização de 1,15%.
Considerando o período de um
ano, a ação preferencial da instituição financeira tem retorno
acumulado de 122,2%.
Texto Anterior: Europa: Governo alemão quer facilitar demissões Próximo Texto: Frase Índice
|