ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com 1,2 milhão de clientes ativos ao final de setembro -54% acima do verificado em 2004- o Submarino.com, site de compras pela internet, fechou o terceiro trimestre do ano com um lucro líquido 316% superior ao registrado no ano passado.
Atualmente, o Submarino é o segundo maior site do país no ranking de receita bruta de empresas abertas no varejo virtual. A Americanas.com registrava, com base nos dados de primeiro semestre, a primeira colocação. Os dados do terceiro trimestre não foram publicados pela Americanas.com ainda, o que inviabiliza a comparação com o Submarino. A análise desse ranking é possível apenas com base na receita bruta porque é o único indicador publicado pelo grupo Lojas Americanas para o seu site.
Segundo balancete apresentado ontem pelo Submarino, a companhia lucrou R$ 8,6 milhões de julho a setembro deste ano -ou três vezes o tamanho do resultado em igual intervalo de 2004 (R$ 2,1 milhões). Este é o maior lucro da empresa em sua história.
Quanto à receita líquida, ela somou R$ 114,5 milhões no terceiro trimestre, contra R$ 70 milhões -uma expansão de 63,8%.
Os brasileiros internautas -há 32 milhões no país- que compram na rede gastaram, em média, R$ 233 por pedido feito, número superior à média dos nove meses do ano (R$ 215), assim como ao valor registrado no ano passado (R$ 203), descontada a inflação. Nos últimos 12 meses, a inflação medida pelo IPCA foi de pouco mais de 6%. Portanto, com base no gasto médio dos terceiros trimestres de 2004 e 2005, a empresa obteve um ganho real no tíquete de cerca de 8%, calculou a Folha.
O aumento das despesas na companhia foi comentado pelo grupo ontem. "Trabalhamos de forma que esse crescimento nos gastos com mídia não comprometa nossa lucratividade. A expectativa é que esse volume no ano não passe de 2% a 3% de nossa receita", diz Martín Escobari, diretor financeiro do Submarino, com 1,2 milhão de clientes ativos em setembro de 2005 - eram 802 mil em setembro de 2004.
As despesas com vendas representaram 16,2% nas vendas líquida no terceiro trimestre de 2005. Em igual período de 2004, a taxa foi de 13,9%. "Excluindo o aumento relacionado à despesa com marketing, as despesas com venda [de julho a setembro] seriam de 13,7% [e não 16,2%]", informa o comunicado oficial da empresa que comenta os resultados.
O aumento dos gastos com marketing pressionou os custos da empresa. Se esse fator de pressão fosse excluído das contas, as despesas gerais do grupo com vendas sobre a receita teriam sido menores do que no ano passado.
A expansão do comércio pela web acontece na contramão dos resultados de alguns varejistas tradicionais. O setor de varejo de alimentos, por exemplo, sente forte baque nos resultados e perda na venda real.
Atualmente, a maior rede varejista de venda virtual é a Americanas.com pelo critério de receita bruta. De janeiro a junho -período que todas as redes já divulgaram dados e que, logo, permite comparação- a Americanas faturou R$ 326,8 milhões. No Submarino, atingiu R$ 226,4 milhões.


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