São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2005

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SANIDADE ANIMAL

Paralisação não ocorreu onde há focos ou suspeita de aftosa; reivindicação é e aumento nos salários da carreira

Fiscais agropecuários entram em greve

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os fiscais agropecuários iniciaram ontem greve nacional. A ANFFA (Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários) divulgou que a adesão à paralisação foi de 100% do pretendido, mas ainda não conta com um balanço do impacto causado.
A associação informa que há 3.500 fiscais em todo o país.
O presidente da ANFFA, Luiz Fernando Santos Carvalho, disse que as áreas com focos ou suspeitas de febre aftosa, em Mato Grosso do Sul e no Paraná, contam com fiscais trabalhando.
Na região dos cinco municípios (Eldorado, Japorã, Mundo Novo, Iguatemi e Itaquiraí) de Mato Grosso do Sul onde foram detectados 22 focos, há cerca de cem fiscais em atividade, e 50 servidores atuam no Paraná, que tem quatro cidades sob investigação (Amaporã, Loanda, Maringá e Grandes Rios) e outras 32 classificadas como de risco sanitário.
Além disso, o funcionamento foi parcial em portos e aeroportos. Em São Paulo, o porto de Santos e o aeroporto de Viracopos estão totalmente parados, e no aeroporto de Guarulhos acontece a fiscalização de ovos férteis, pintos de um dia e animais de estimação.
A ANFFA afirma que já houve uma reunião na semana passada com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, e membros do Planejamento. O governo ofereceu a criação de um grupo de trabalho para estudar o assunto.
A proposta será recusada pelos fiscais. "Já tem uma proposta com o governo desde novembro [do ano passado]", declarou Carvalho. "Não precisamos de uma nova. Queremos que a nossa seja analisada imediatamente."
Os fiscais pedem isonomia entre ativos, aposentados e pensionistas; fim do contingenciamento do orçamento do Ministério da Agricultura em 2005 e aumento para o próximo ano; realização de concursos públicos e a criação de uma escola específica para a formação de fiscais e reestruturação orçamentária da carreira.
A carreira de fiscal agropecuário tem 13 níveis. A remuneração inicial é R$ 2.800 e a final, R$ 4.021. A reivindicação é por salário no começo da carreira de R$ 4.140 e no nível mais alto de R$ 5.900.
O Ministério da Agricultura divulgou que não se manifestaria sobre o assunto.
Preocupados com os efeitos da greve dos fiscais nas empresas, os sindicatos das indústrias de carne suína, bovina, aves e leite do Rio Grande do Sul ingressaram ontem com mandado de segurança na Justiça Federal.
Os sindicatos querem que os veterinários das empresas possam emitir os certificados de sanidade para não interromper a comercialização dos produtos e os embarques para o exterior. Santa Catarina, Paraná e Goiás adotaram medidas semelhantes.


Com a Redação


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