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AÇÕES
Motivo foi entrevista a revista
CVM suspende oferta de papéis de usina
DA REDAÇÃO
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) determinou ontem a
suspensão por 15 dias da oferta
pública de ações do grupo Cosan,
maior empresa sucro-alcooleira
do mundo. O motivo, segundo a
comissão, foram declarações da
empresa à revista "Dinheiro Rural" que ferem a instrução 400 do
órgão, pela qual o emissor deve
"abster-se de se manifestar na mídia sobre a oferta ou o ofertante
até a publicação do anúncio de
encerramento da distribuição".
A oferta pública da Cosan ainda
não tinha sido autorizada pela
CVM, mas os interessados já podiam fazer reservas para comprar
ações quando elas fossem emitidas. Essas reservas agora estão
suspensas. A empresa pretende
captar R$ 658,7 milhões.
Entre as declarações da Cosan à
revista, a comissão citou estimativa que a empresa fez do valor unitário das ações -R$ 45- e do valor de mercado da companhia
após a emissão -R$ 2,8 bilhões.
Para a CVM, as declarações
também feriram "os princípios
relativos à qualidade, transparência e igualdade de acesso à informação", que a instrução 400 preconiza, e não assegura a "conformidade de toda e qualquer informação fornecida a quaisquer investidores, seja qual for o meio
utilizado, com as informações
contidas no prospecto".
Há 16 dias, a Folha informou
que, no prospecto publicado para
a emissão, a empresa afirma não
assegurar aos investidores que
cumpriu todas as exigências legais de proteção aos trabalhadores. Duas mortes de bóias-frias já
haviam sido registradas numa das
usinas do grupo. Uma força-tarefa investiga a hipótese de as mortes terem ocorrido por esgotamento físico. A empresa nega e
afirma que os funcionários usam
os equipamentos de proteção
adequados para as suas funções.
Procurada para comentar a suspensão da oferta, a Cosan disse
que está proibida pela CVM de falar à imprensa sobre o assunto.
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