|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Outro lado
Empresa nega que pagamento seja admissão de ilegalidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Parte das dez empresas que
tiveram suposto envolvimento
com o caso de exportação fictícia de soja confirma que quitou
seus débitos fiscais com a Fazenda paulista, mas não detalha valores envolvidos nesse
pagamento.
As empresas afirmaram ainda que o fato de terem pago os
débitos de ICMS não significa
que reconheceram ter cometido uma operação ilícita. Destacaram essa posição, por escrito,
nas guias de recolhimento do
imposto estadual.
A Beraca Sabara (produtos
químicos) informou, por meio
de nota assinada pela diretoria,
que "a empresa já estabeleceu
acordo com a Secretaria da Fazenda". A rede Pão de Açúcar
também confirma ter quitado o
débito. Não revela, porém, valores e afirma que as operações
de exportação que participou
foram regulares.
A Tigre, fabricante de tubos e
conexões, e a Casas Pernambucanas informaram que não se
manifestariam sobre o assunto.
A Sucos Del Valle informou,
por meio de sua assessoria de
imprensa, que os dirigentes da
empresa que poderiam comentar a questão estavam em viagem ao México. Até o fechamento desta edição, a assessoria não havia conseguido contato com os executivos.
A assessoria de imprensa da
Arc Sul também informou que
não conseguiu contato ontem
com os responsáveis da empresa para comentar o assunto.
Procuradas por e-mail e por
telefone, as empresas Ficap,
Adria e Bausch & Lomb não ligaram de volta para a reportagem até a noite de ontem.
No ano passado, quando a
Folha noticiou o caso, as empresas beneficiadas no suposto
esquema de exportação fictícia
informaram não ter conhecimento de que havia ocorrido
fraude na venda de derivados
de soja para o mercado externo.
A Lua Nova (Panco), uma das
empresas que estavam na lista
das beneficiadas com essa exportação irregular, informou
que pagou antecipadamente
-em abril de 2005 - seus débitos com o fisco estadual.
Planejamento tributário
Parte das empresas também
informou, no ano passado, que
haviam sido procuradas por
consultorias tributárias que
chegaram a apresentar pareces
de juristas conceituados para
dar aval ao negócio.
Em julho do ano passado,
Eduardo Guardia, então secretário da Fazenda, afirmou em
entrevista à Folha que o esquema de exportação fictícia para
dar vantagens fiscais às empresas era "um dos mais bem esquematizados de que se tem
notícia no Estado".
(CLAUDIA ROLLI E FÁTIMA FERNANDES)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Incentivo: Recursos do FGTS terão juro menor para construtoras Índice
|