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Engenheiros recebem R$ 1.000 mais subsídios
DO ENVIADO A SHENZHEN
Com faturamento anual de
US$ 4 bilhões, a empresa que
quer liderar a revolução dos
carros elétricos no mundo quase não utiliza robôs. Em seu lugar, milhares de funcionários
em uniformes azuis encaixam
manualmente as minúsculas
peças dos automóveis.
Da montagem ao controle de
qualidade, tudo é feito por humanos, em um país de mão de
obra abundante.
A Folha teve uma rara autorização para visitar a fábrica
principal da BYD, em Shenzhen. Ali, são produzidos carros convencionais e elétricos,
além de baterias para celulares
e para notebooks.
Fotos não foram permitidas
no interior da fábrica. A empresa tem 11 fábricas e 130 mil
funcionários (a Vale tem 46 mil
no Brasil); 11 mil deles são engenheiros.
A maioria é recrutada nas
próprias universidades chinesas. Engenheiros iniciantes ganham cerca de 4.000 yuans
(cerca de R$ 1.000), mais hospedagem e alimentação subsidiadas nos dormitórios e refeitórios ao redor da empresa.
Em qualquer outra grande
montadora em países desenvolvidos, os salários são, em
média, sete vezes superiores.
Os operários menos graduados
das linhas de montagem recebem, em média, 1.900 yuans de
salário (cerca de R$ 475).
Há prêmios anuais de inovação, que variam entre 1.000 e
100 mil yuans (R$ 250 a R$ 25
mil). Quando uma nova patente é aprovada, o responsável recebe um prêmio em dinheiro.
Ao redor da fábrica visitada
pela Folha, há 21 prédios de 18
andares com apartamentos individuais de 28m2 para os funcionários. A maioria trabalha
de segunda a sábado.
Desde 2003, a empresa montou quatro grandes centros de
pesquisa e desenvolvimento,
com mais de 5.000 engenheiros e técnicos. O mais recente
deles é o centro de pesquisas
para desenvolver as energias
solar e eólica.
"Estamos estudando o armazenamento e a transmissão
dessas energias para dar mais
estabilidade. Afinal, nem sempre venta ou faz sol", brinca o
diretor de vendas da BYD,
Henry Li, que ciceroneia o repórter da Folha.
Aos 39 anos, ele está há 11 na
empresa. Quase toda a diretoria é mais jovem que o fundador, Wang Chuanfu, de 43.
Em 2006, Wang deu a maior
parte das ações aos demais engenheiros que participaram da
criação da empresa e ficou com
28%.
(RJL)
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