São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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Engenheiros recebem R$ 1.000 mais subsídios

DO ENVIADO A SHENZHEN

Com faturamento anual de US$ 4 bilhões, a empresa que quer liderar a revolução dos carros elétricos no mundo quase não utiliza robôs. Em seu lugar, milhares de funcionários em uniformes azuis encaixam manualmente as minúsculas peças dos automóveis.
Da montagem ao controle de qualidade, tudo é feito por humanos, em um país de mão de obra abundante.
A Folha teve uma rara autorização para visitar a fábrica principal da BYD, em Shenzhen. Ali, são produzidos carros convencionais e elétricos, além de baterias para celulares e para notebooks.
Fotos não foram permitidas no interior da fábrica. A empresa tem 11 fábricas e 130 mil funcionários (a Vale tem 46 mil no Brasil); 11 mil deles são engenheiros.
A maioria é recrutada nas próprias universidades chinesas. Engenheiros iniciantes ganham cerca de 4.000 yuans (cerca de R$ 1.000), mais hospedagem e alimentação subsidiadas nos dormitórios e refeitórios ao redor da empresa.
Em qualquer outra grande montadora em países desenvolvidos, os salários são, em média, sete vezes superiores. Os operários menos graduados das linhas de montagem recebem, em média, 1.900 yuans de salário (cerca de R$ 475).
Há prêmios anuais de inovação, que variam entre 1.000 e 100 mil yuans (R$ 250 a R$ 25 mil). Quando uma nova patente é aprovada, o responsável recebe um prêmio em dinheiro.
Ao redor da fábrica visitada pela Folha, há 21 prédios de 18 andares com apartamentos individuais de 28m2 para os funcionários. A maioria trabalha de segunda a sábado.
Desde 2003, a empresa montou quatro grandes centros de pesquisa e desenvolvimento, com mais de 5.000 engenheiros e técnicos. O mais recente deles é o centro de pesquisas para desenvolver as energias solar e eólica.
"Estamos estudando o armazenamento e a transmissão dessas energias para dar mais estabilidade. Afinal, nem sempre venta ou faz sol", brinca o diretor de vendas da BYD, Henry Li, que ciceroneia o repórter da Folha.
Aos 39 anos, ele está há 11 na empresa. Quase toda a diretoria é mais jovem que o fundador, Wang Chuanfu, de 43.
Em 2006, Wang deu a maior parte das ações aos demais engenheiros que participaram da criação da empresa e ficou com 28%. (RJL)


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