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foco
Filho de plantador de arroz vira o homem mais rico do país, com US$ 5,3 bi
DO ENVIADO A SHENZHEN
O sucesso na Bolsa e o aval
de Warren Buffet levaram o
fundador da BYD, Wang
Chuanfu, 43, ao posto de homem mais rico da China, segundo lista divulgada na última quinta-feira pela revista
"Forbes". Sua fortuna foi avaliada em US$ 5,3 bilhões (cerca de R$ 9,12 bilhões).
"Ele é uma mistura de Thomas Edison com Jack Welch,
um inventor e grande executor", descreveu Charlie Munger, sócio de Buffet, que o levou a comprar 10% da então
obscura empresa chinesa.
Filho de plantadores de arroz, Wang nasceu em uma das
mais pobres Províncias chinesas, Anhui. Seus pais morreram quando ele tinha 15 anos.
Aluno prodígio, Wang estudou física metalúrgica e química em Pequim, e foi contratado pelo estatal Instituto de
Pesquisas de Metais Não Ferrosos. Entediado com o trabalho, teve a ideia de começar a
produzir baterias, até então
importadas do Japão.
Com um empréstimo de
US$ 230 mil de um primo e o
apoio de outros 20 engenheiros, ele criou a BYD em 1995,
em Shenzhen, cidade de 10
milhões de habitantes que foi
a primeira zona franca chinesa -em 1980, então uma vila
de pescadores de 20 mil habitantes, foi escolhida pelo líder
Deng Xiaoping (artífice da reforma econômica a partir de
1978) para servir de laboratório para o capitalismo.
Em 1997, a empresa já estava entre as sete maiores fabricantes de baterias recarregáveis do mundo. Nessa época, a
BYD foi acusada de desrespeitar patentes e copiar baterias
da Sanyo e da Sony.
Em 2002, a companhia abre
seu capital na Bolsa de Hong
Kong e, no ano seguinte,
Wang compra uma montadora estatal à beira da falência
em Xian com a ideia de começar a produzir carros. O primeiro modelo foi lançado no
mercado em 2005.
No ano passado, Wang disse
que em 2025 a BYD será a
maior montadora de carros do
mundo, desbancando a Toyota, justamente a marca favorita de Wang.
Vários especialistas apontam semelhanças no design
do carro mais popular da
BYD, o F3, com o Toyota Corolla. Em uma entrevista no
ano passado, Wang disse que
a Toyota era seu "modelo
ideal" de carro.
Vida austera
Três livros foram lançados
na semana passada descrevendo a trajetória do novo bilionário. Fora o Mercedes e o
Lexus que adquiriu há pouco
-Wang só aprendeu a dirigir
aos 35 anos-, a vida do mais
rico chinês ainda é considerada bastante simples.
Mora em um apartamento
de três quartos, dentro do
complexo da BYD, com a mulher e os dois filhos (na China
urbana, quem tem mais de um
filho paga uma pesada multa).
Detentor de 28% das ações
da BYD, ele recebeu US$ 268
mil de salários em 2008 (cerca
de R$ 461 mil, ou R$ 38,4 mil
por mês). Wang trabalha de
segunda a sábado, normalmente até as 23h. "Na nossa
geração de chineses, o trabalho vem antes do que a vida
pessoal", diz.
Contam seus assessores
que ele ficou escandalizado
quando soube que a endividada Ford organizou uma festa
de gala no hotel George 5º durante o Salão do Automóvel de
Paris.
No Salão de Detroit do ano
passado, a BYD alojou seus
executivos em uma casa de subúrbio para economizar as
diárias de hotel.
(RJL)
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