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Organismo contradiz posição anterior
de Washington
Ao considerar o ajuste fiscal
brasileiro como essencial para a
melhoria das condições econômicas e sociais do país, o Bird (Banco Mundial) contradiz suas próprias posições anteriores, divulgadas ao longo dos últimos dois
anos.
Entre as posições, está a crítica à
política desenvolvida pelo FMI
(Fundo Monetário Internacional)
por sugerir a mesma coisa na Ásia
e na América Latina.
A orientação sempre dada pelo
Fundo é de busca incessante do
equilíbrio nas contas públicas, o
que acaba tendo efeitos sobre a
área social.
O relatório divulgado ontem
pelo Bird, que traz as perspectivas
para os países em desenvolvimento nos próximos anos, diz
que a economia brasileira só irá se
recuperar depois que o país fizer o
ajuste fiscal e voltar a atrair capitais internacionais.
Essa mesma posição havia sido
duramente criticada por Joseph
Stiglitz, economista-chefe do
Bird, segundo o qual o número de
pobres tende a aumentar nos países onde contenções fiscais severas são adotadas.
Stiglitz anunciou há duas semanas que está deixando o cargo no
Banco Mundial.
Questionado ontem sobre o assunto, o diretor que divulgou o relatório, Uri Dadush, afirmou que
"não existe contradição".
Segundo ele, o Bird e o FMI
"sempre concordaram que o Brasil não se recupera sem fazer o
ajuste fiscal".
Diferenças
O FMI e o Banco Mundial discordaram publicamente na última reunião anual do Fundo, realizada em Washington (EUA), em
setembro.
As divergências residiram principalmente sobre o diagnóstico e
a terapia das crises enfrentadas
pelos países emergentes a partir
de 1997.
Em um debate público, o diretor do FMI, Michael Mussa, e o
economista-chefe do Bird, Joseph
Stiglitz, discordavam sobre quase
tudo, num seminário do "World
Economic Development".
Com a Redação
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