São Paulo, Quarta-feira, 08 de Dezembro de 1999


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Organismo contradiz posição anterior

de Washington

Ao considerar o ajuste fiscal brasileiro como essencial para a melhoria das condições econômicas e sociais do país, o Bird (Banco Mundial) contradiz suas próprias posições anteriores, divulgadas ao longo dos últimos dois anos.
Entre as posições, está a crítica à política desenvolvida pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) por sugerir a mesma coisa na Ásia e na América Latina.
A orientação sempre dada pelo Fundo é de busca incessante do equilíbrio nas contas públicas, o que acaba tendo efeitos sobre a área social.
O relatório divulgado ontem pelo Bird, que traz as perspectivas para os países em desenvolvimento nos próximos anos, diz que a economia brasileira só irá se recuperar depois que o país fizer o ajuste fiscal e voltar a atrair capitais internacionais.
Essa mesma posição havia sido duramente criticada por Joseph Stiglitz, economista-chefe do Bird, segundo o qual o número de pobres tende a aumentar nos países onde contenções fiscais severas são adotadas.
Stiglitz anunciou há duas semanas que está deixando o cargo no Banco Mundial.
Questionado ontem sobre o assunto, o diretor que divulgou o relatório, Uri Dadush, afirmou que "não existe contradição".
Segundo ele, o Bird e o FMI "sempre concordaram que o Brasil não se recupera sem fazer o ajuste fiscal".

Diferenças
O FMI e o Banco Mundial discordaram publicamente na última reunião anual do Fundo, realizada em Washington (EUA), em setembro.
As divergências residiram principalmente sobre o diagnóstico e a terapia das crises enfrentadas pelos países emergentes a partir de 1997.
Em um debate público, o diretor do FMI, Michael Mussa, e o economista-chefe do Bird, Joseph Stiglitz, discordavam sobre quase tudo, num seminário do "World Economic Development".


Com a Redação

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