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ESTUDO
Nível de concentração ainda é dos mais altos do mundo
Ipea minimiza a melhora na distribuição de renda no país
da Sucursal de Brasília
A concentração da renda no
Brasil continua sendo uma das
mais elevadas do mundo, embora
a sua distribuição tenha melhorado um pouco entre 1997 e o ano
passado.
Essa é uma das conclusões do
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) a partir dos dados da Pnad (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios) de
1998.
Ontem, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão,
Martus Tavares, apresentou o estudo do Ipea.
Segundo ele, o coeficiente de Gini (um dos indicadores utilizados
para medir a concentração da
renda) foi de 0,601 em 1998 contra
0,602 em 1997.
"Redução pequena"
"A redução é muito pequena, o
índice continua sendo um dos
piores do mundo", afirmou o presidente do Ipea, Roberto Martins.
Segundo ele, em países com uma
distribuição melhor da renda, o
coeficiente de Gini está em torno
de 0,3 e 0,4.
"A renda dos 10% mais ricos é
25 vezes superior ao total da renda dos 10% mais pobres", disse
Martins. Na Argentina, os mais ricos ganham dez vezes mais que os
mais pobres.
Gini
Segundo o Ipea, a melhor distribuição da renda de 1977 para cá
aconteceu durante o Plano Cruzado, em 1986, quando o coeficiente
de Gini foi de 0,582. Mas o coeficiente não ficou nesse patamar. Já
em 1987, pulou para 0,605.
A participação dos 10% mais ricos na renda total cresceu de
47,7% em 1997 para 47,9% em
1998.
Martus ressaltou, porém, o aumento da participação da parcela
dos 40% mais pobres na renda total: de 7,8% para 8%.
Pelo estudo do Ipea, a proporção de pobres e de indigentes na
população total -161 milhões em
1998- também caiu entre 1997 e
1998.
No estudo, é fixada uma linha
de pobreza por área metropolitana, ou seja, quanto é preciso para
que uma pessoa possa satisfazer
as suas necessidades básicas mensalmente.
Quem está abaixo dessa linha é
pobre. A linha da indigência é metade da linha da pobreza.
Segundo o Ipea, os pobres e indigentes somados são 32,7% da
população, ou 52,7 milhões. Os
indigentes são 22,5 milhões. Em
1997, a proporção de pobres e indigentes era de 33,9%.
Para a região metropolitana de
São Paulo, o Ipea definiu a linha
da pobreza em R$ 104 em 1998.
Um dos indicadores que vêm
melhorando gradativamente, segundo o Ipea, é a renda domiciliar
per capita (renda de cada domicílio dividida pelo número de pessoas que moram nele).
Renda 1,4% maior
Entre 1997 e 1998, a renda domiciliar per capita anual cresceu de
R$ 3.392 para R$ 3.440, ou 1,4%.
Todos os valores do estudo foram
calculados a preços constantes de
1997.
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