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Índios compram Hard Rock Cafe
Tribo americana adquire cadeia de restaurantes por US$ 965 mi; negócio inclui cassinos e hotéis
Aproximadamente 90% do faturamento dos índios seminoles, que vivem no Estado da Flórida, vem da administração de cassinos
Timothy Clary/Associated Press
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Membros da tribo seminole acenam da marquise do Hard Rock Cafe em Nova York; rede foi adquirida pelos indígenas por US$ 965 bi |
DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE
Uma tribo de índios seminole, dos Estados Unidos,, comprou por US$ 965 milhões a rede de restaurantes Hard Rock
Cafe da empresa britânica
Rank Group.
O negócio, fechado ontem,
envolve 124 restaurantes, quatro hotéis, dois hotéis-cassino,
duas casas de show e participação acionária em outros três
hotéis. Também abrange 70 mil
itens de artistas, como uma guitarra que foi de Jimi Hendrix.
A transação não inclui o hotel-cassino da cadeia em Las
Vegas, que foi vendido em maio
por US$ 770 milhões para o
grupo Morgans Hotel, nem os
restaurantes que pertencem a
Peter Morton, co-fundador da
rede. O Rank Group deverá
continuar com o cassino em
Londres.
No ano passado, o Hard
Rock, criado em 1971, faturou
US$ 500 milhões e registrou lucro de US$ 70 milhões. No Brasil, a primeira loja da marca
abriu em 2000, no Rio de Janeiro. Há ainda outra filial da
rede em Belo Horizonte.
"Maximizamos o valor da rede Hard Rock com essa venda,
seguindo nossa completa revisão estratégica", disse o executivo-chefe da Rank, Ian Burke.
A venda ainda tem de ser aprovada pelos acionistas e, se for
concretizada, deverá ser completada em março de 2007.
Cassinos indígenas
Os seminoles já são proprietários de dois hotéis-cassino da
Hard Rock no Estado da Flórida. Aproximadamente 3.300
índios dessa tribo vivem em reservas na Flórida. A maior parte de sua renda (cerca de 90%)
vem dos cassinos (eles possuem outros cinco), mas também produzem frutas cítricas e
tabaco e criam gado.
Cassinos passaram a ser a
principal fonte de renda de algumas tribos depois que Justiça americana decidiu, em 1987,
que elas poderiam comandar
casas de jogos de azar em suas
reservas, não dependendo de
aprovação estadual.
Atualmente, as tribos indígenas contam com mais de 350
cassinos em 28 Estados. O
maior cassino dos EUA, o Foxwoods (no Estado de Connecticut), é dos índios mashantucket
pequot. Uma outra tribo desse
mesmo Estado, os mohegan,
além de contar com cassinos e
hotéis, é proprietária do Connecticut Sun, time da WNBA
(liga de basquete feminino profissional dos EUA).
No ano passado, as tribos indígenas americanas faturaram
mais de US$ 22,63 bilhões com
seus cassinos, um aumento de
16% em relação a 2004, de
acordo com a Comissão Nacional Indígena de Jogos.
A maioria desse dinheiro
veio de casas de jogos localizadas em áreas próximas a grandes regiões metropolitanas, especialmente na Costa Oeste
americana. Cerca de 65% do faturamento dos cassinos indígenas vem de 12% dos estabelecimentos.
Controvérsia
O IRS (Internal Revenue Service, a Receita Federal dos Estados Unidos) tem investigado
o uso pelos seminoles de títulos
isentos de impostos e outras
tribos na Califórnia para a
abertura de cassinos.
A tribo emitiu US$ 415 milhões em títulos isentos de impostos para construir cassinos
em Tampa e em Hollywood
(ambos na Flórida) -ação considerada ilegal pelo IRS.
Em outubro do ano passado,
a tribo havia informado que faria a emissão de mais US$ 730
milhões em títulos para quitar
o débito original.
Os seminoles já tiveram disputas judiciais com as autoridades da Flórida sobre a operação de cassinos no Estado ao
modo como são operados os de
Las Vegas, com o empresário
Donald Trump e com a rede de
cassinos Cordish.
Com agências internacionais
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