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Bolsa ensaia recorde, mas recua no final
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
A Bovespa chegou perto,
ontem, de emplacar o 44º recorde em pontos do ano. Os
investidores oscilaram entre
ir às compras, movidos pelo
desempenho positivo da cena externa, já que internamente nenhuma notícia influenciou os negócios, e a tradicional realização de lucros
-venda de papéis muito valorizados.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa, encerrou o pregão em baixa de 0,23% e cedeu para os 65.638 pontos.
"Depois de subir por oito
pregões consecutivos, perder isso é praticamente nada", disse Álvaro Bandeira,
diretor da corretora Ágora.
Nos EUA, o índice Dow Jones teve leve alta de 0,04%
na Bolsa de Nova York. O
Nasdaq registrou perdas de
0,26%. O Departamento do
Trabalho dos EUA divulgou
dado sobre geração de postos
de trabalho acima do previsto por analistas: 94 mil vagas,
ante projeções de 85 mil. A
taxa de desemprego se manteve em 4,7%.
Os setores de educação e
serviços de saúde, varejo,
serviços profissionais, além
do setor público, destacaram-se na criação de empregos, compensando os resultados negativos nos setores
de construção, manufaturas
e serviços financeiros, mais
atingidos pela crise do setor
imobiliário e pela contração
do crédito nos EUA.
À tarde, a Universidade de
Michigan divulgou os resultados de sua sondagem mensal de opinião dos consumidores, com números mais
pessimistas: o indicador que
mede as expectativas de consumo dos cidadãos americanos ficou em 74,5, inferior à
leitura de outubro (76,1) e levemente abaixo do estimado
por analistas (75).
O clima do mercado global
está um pouco menos pesado
com o anúncio, anteontem,
do programa americano para
socorrer os devedores inadimplentes de hipotecas.
"O problema [dos créditos
imobiliários] não será resolvido com o pacote, porém alivia boa parte do peso que recaía sobre o Fed [banco central dos EUA] para tentar resolver o imbróglio", diz Jason Vieira, economista-chefe da consultoria Uptrend.
O dólar comercial foi negociado a R$ 1,761 para venda,
em declínio de 0,78%. O Banco Central manteve sua rotina de adquirir diariamente
dólares no mercado doméstico e aceitou ofertas por R$
1,7580 (taxa de corte).
O grande destaque da
agenda econômica da semana que vem será a reunião do
"Copom" americano, o comitê de política monetária do
Fed. Na última semana, as
Bolsas recuperaram parte do
terreno perdido justamente
em função da expectativa de
que o Fed vá rebaixar os juros, hoje em 4,50% ao ano.
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