São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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Operações com derivativos caem 10%

Movimento global diminuiu de US$ 600 tri no segundo quadrimestre do ano para US$ 542 tri, segundo revista do BIS

Negócios com taxas de juros de curto prazo foram os mais sacrificados, mas operações com índices de Bolsas e câmbio cresceram


MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento global de negociações nos mercados de derivativos recuou de US$ 600 trilhões no segundo quadrimestre de 2008 para US$ 542 trilhões neste quadrimestre.
O dado faz parte da "Revista Quadrimestral do BIS" (Bank for International Settlements), o banco das compensações internacionais, publicada ontem.
A edição pesquisa os recentes desdobramentos da crise financeira e as ações de governos para enfrentá-la.
A maior parte da contração nos mercados de futuros foi em derivativos com taxas de juros de curto prazo. Os negócios em derivativos de longo prazo declinaram ligeiramente.
Em contrapartida, aumentaram as negociações com derivativos ligados a Bolsas de Valores e câmbio.
O número de contratos em derivativos de commodities foi menor, apesar de o crescimento no ano ter se mantido alto, em 37% em relação a 2007.

Títulos
A emissão líquida de títulos (bonds e notes) caiu de US$ 1,086 trilhão, registrado no segundo quadrimestre, para US$ 247 bilhões, nível mais baixo desde o terceiro quadrimestre de 2005.
O maior decréscimo de emissão de títulos foi de papéis denominados em euro, seguidos por títulos em dólares.
A maior contração em emissão líquida foi de tomadores de dívida dos Estados Unidos: caiu de US$ 308 bilhões no segundo quadrimestre para US$ 46 bilhões no terceiro quadrimestre.

Emergentes
Residentes de mercados emergentes e bancos centrais de diversas partes do mundo reduziram a colocação de fundos em bancos que se reportam ao BIS.
Os contratos de CDS ("credit default swaps") registraram seu primeiro declínio (-1%), em contraste com a taxa média de crescimento de contratos de seis meses nos últimos três anos, que foi de 45%.

Estágios da crise
Os desdobramentos dos mercados na crise econômica, durante o período de que tratam os estudos do BIS, passaram por quatro estágios mais ou menos distintos.
O primeiro estágio, que levou à falência do Lehman Brothers em meados de setembro, foi marcado pelo "take over" pelo governo dos EUA das agências Fannie Mae e Freddie Mac.
O segundo estágio abrangeu as implicações da quebra do Lehman, e a crise de confiança que ela desencadeou. Conforme fundos e outros investidores foram forçados a começar a reconhecer como perda investimentos relacionados ao Lehman, preocupações com contrapartes aumentaram.
O terceiro estágio, que começou no fim de setembro, caracterizou-se por uma crescente e ampla ação dos governos.
No quarto estágio, a partir de meados de outubro, padrões de preço foram cada vez mais dominados pelo temor de recessão, enquanto mercados continuavam a lutar contra as incertezas em torno do grande número de iniciativas políticas.


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