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Operações com derivativos caem 10%
Movimento global diminuiu de US$ 600 tri no segundo quadrimestre do ano para US$ 542 tri, segundo revista do BIS
Negócios com taxas de juros de curto prazo foram os
mais sacrificados, mas operações com índices de Bolsas e câmbio cresceram
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O movimento global de negociações nos mercados de derivativos recuou de US$ 600 trilhões no segundo quadrimestre
de 2008 para US$ 542 trilhões
neste quadrimestre.
O dado faz parte da "Revista
Quadrimestral do BIS" (Bank
for International Settlements),
o banco das compensações internacionais, publicada ontem.
A edição pesquisa os recentes
desdobramentos da crise financeira e as ações de governos
para enfrentá-la.
A maior parte da contração
nos mercados de futuros foi em
derivativos com taxas de juros
de curto prazo. Os negócios em
derivativos de longo prazo declinaram ligeiramente.
Em contrapartida, aumentaram as negociações com derivativos ligados a Bolsas de Valores e câmbio.
O número de contratos em
derivativos de commodities foi
menor, apesar de o crescimento no ano ter se mantido alto,
em 37% em relação a 2007.
Títulos
A emissão líquida de títulos
(bonds e notes) caiu de US$
1,086 trilhão, registrado no segundo quadrimestre, para US$
247 bilhões, nível mais baixo
desde o terceiro quadrimestre
de 2005.
O maior decréscimo de emissão de títulos foi de papéis denominados em euro, seguidos
por títulos em dólares.
A maior contração em emissão líquida foi de tomadores de
dívida dos Estados Unidos: caiu
de US$ 308 bilhões no segundo
quadrimestre para US$ 46 bilhões no terceiro quadrimestre.
Emergentes
Residentes de mercados
emergentes e bancos centrais
de diversas partes do mundo
reduziram a colocação de fundos em bancos que se reportam
ao BIS.
Os contratos de CDS ("credit
default swaps") registraram
seu primeiro declínio (-1%), em
contraste com a taxa média de
crescimento de contratos de
seis meses nos últimos três
anos, que foi de 45%.
Estágios da crise
Os desdobramentos dos
mercados na crise econômica,
durante o período de que tratam os estudos do BIS, passaram por quatro estágios mais
ou menos distintos.
O primeiro estágio, que levou
à falência do Lehman Brothers
em meados de setembro, foi
marcado pelo "take over" pelo
governo dos EUA das agências
Fannie Mae e Freddie Mac.
O segundo estágio abrangeu
as implicações da quebra do
Lehman, e a crise de confiança
que ela desencadeou. Conforme fundos e outros investidores foram forçados a começar a
reconhecer como perda investimentos relacionados ao Lehman, preocupações com contrapartes aumentaram.
O terceiro estágio, que começou no fim de setembro, caracterizou-se por uma crescente e
ampla ação dos governos.
No quarto estágio, a partir de
meados de outubro, padrões de
preço foram cada vez mais dominados pelo temor de recessão, enquanto mercados continuavam a lutar contra as incertezas em torno do grande número de iniciativas políticas.
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