São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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agrofolha

Mau tempo traz prejuízo a agricultores da região Sul

No RS, chuva já gerou perda de R$ 2,5 bi nas lavouras e na pecuária leiteira, diz federação

Cultura mais prejudicada foi a do arroz, que pode ter a produção reduzida em 1/3; safra de trigo em SC deve cair 30% em relação à de 2008


GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

As fortes chuvas e vendavais que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos 30 dias causaram prejuízos de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em lavouras de grãos e na pecuária leiteira de todas as regiões gaúchas, conforme a Farsul (Federação de Agricultura do Estado).
Em uma estimativa que considera lavouras destruídas e terras alagadas nas quais atualmente é impossível plantar, o presidente da entidade, Carlos Sperotto, aponta um deficit de 4,1 milhões de toneladas de grãos na comparação entre a safra passada e a atual.
A cultura mais prejudicada pelo mau tempo foi a do arroz, que pode ter a produção reduzida em um terço -cerca de 3 milhões de toneladas. Já os produtores de soja, que plantaram apenas 38% da área destinada à cultura, torcem para que o tempo melhore neste mês e permita o fim da semeadura.
Nas demais culturas, como trigo e hortifrútis, que estão em fase de colheita, as lavouras foram parcialmente destruídas e as perdas ainda estão sendo contabilizadas. Na pecuária leiteira, o principal problema foi a destruição da malha viária no interior do Estado, que causa dificuldades para o escoamento da produção, segundo a Farsul.
"Vendo as capas de jornais, parece notícia repetida. Mas é um evento novo a cada dia, numa região ou outra, granizo, temporal, inundação [...] E não temos perspectiva de melhora em dezembro", diz Sperotto.

Catarinenses em alerta
Em Santa Catarina, o mau tempo afetou principalmente os produtores de trigo, que tiveram perdas de cerca de R$ 62 milhões com o excesso de chuva, que destruiu plantas e diminuiu a qualidade das 150 mil toneladas que o Estado colheu.
A quebra de 60 mil toneladas representa uma safra 30% inferior à do ano passado e soma-se aos demais problemas do grão, que enfrenta dificuldades de mercado na região, segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura catarinense, Enori Barbieri.

Paraná otimista
Diferentemente dos Estados vizinhos, o Paraná apenas registrou atrasos no plantio de lavouras e não teve perdas fortes no setor agropecuário com as chuvas dos últimos meses, segundo dados da Faep (Federação da Agricultura do Paraná).
Após amargar prejuízos de R$ 4,3 bilhões na safra passada em razão de secas, geadas e excesso de chuva, o setor deve se recuperar no ciclo 2009/2010.
É esperada a colheita de 20,5 milhões de toneladas de grãos (soja, milho e feijão), com um crescimento de 25% em relação ao ano passado. Esses números, do Deral (Departamento de Economia Rural), levam em consideração somente a safra de verão (plantio entre setembro/outubro e colheita até maio do próximo ano).
O Paraná deve saltar de 9,4 milhões de toneladas de soja, na safra passada, para 13,4 milhões neste ano. Mesmo o milho, que perdeu 27% de sua área em relação à safra anterior, deverá colher o mesmo neste ano, em torno de 6,5 milhões de toneladas.


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