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agrofolha
Mau tempo traz prejuízo a agricultores da região Sul
No RS, chuva já gerou perda de R$ 2,5 bi nas lavouras e na pecuária leiteira, diz federação
Cultura mais prejudicada foi a do arroz, que pode ter a produção reduzida em 1/3; safra de trigo em SC deve cair 30% em relação à de 2008
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
As fortes chuvas e vendavais
que atingiram o Rio Grande do
Sul nos últimos 30 dias causaram prejuízos de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em lavouras de grãos e na pecuária leiteira de todas as regiões gaúchas,
conforme a Farsul (Federação
de Agricultura do Estado).
Em uma estimativa que considera lavouras destruídas e
terras alagadas nas quais atualmente é impossível plantar, o
presidente da entidade, Carlos
Sperotto, aponta um deficit de
4,1 milhões de toneladas de
grãos na comparação entre a
safra passada e a atual.
A cultura mais prejudicada
pelo mau tempo foi a do arroz,
que pode ter a produção reduzida em um terço -cerca de 3
milhões de toneladas. Já os
produtores de soja, que plantaram apenas 38% da área destinada à cultura, torcem para que
o tempo melhore neste mês e
permita o fim da semeadura.
Nas demais culturas, como
trigo e hortifrútis, que estão em
fase de colheita, as lavouras foram parcialmente destruídas e
as perdas ainda estão sendo
contabilizadas. Na pecuária leiteira, o principal problema foi a
destruição da malha viária no
interior do Estado, que causa
dificuldades para o escoamento
da produção, segundo a Farsul.
"Vendo as capas de jornais,
parece notícia repetida. Mas é
um evento novo a cada dia, numa região ou outra, granizo,
temporal, inundação [...] E não
temos perspectiva de melhora
em dezembro", diz Sperotto.
Catarinenses em alerta
Em Santa Catarina, o mau
tempo afetou principalmente
os produtores de trigo, que tiveram perdas de cerca de R$ 62
milhões com o excesso de chuva, que destruiu plantas e diminuiu a qualidade das 150 mil toneladas que o Estado colheu.
A quebra de 60 mil toneladas
representa uma safra 30% inferior à do ano passado e soma-se
aos demais problemas do grão,
que enfrenta dificuldades de
mercado na região, segundo o
vice-presidente da Federação
da Agricultura catarinense,
Enori Barbieri.
Paraná otimista
Diferentemente dos Estados
vizinhos, o Paraná apenas registrou atrasos no plantio de lavouras e não teve perdas fortes
no setor agropecuário com as
chuvas dos últimos meses, segundo dados da Faep (Federação da Agricultura do Paraná).
Após amargar prejuízos de
R$ 4,3 bilhões na safra passada
em razão de secas, geadas e excesso de chuva, o setor deve se
recuperar no ciclo 2009/2010.
É esperada a colheita de 20,5
milhões de toneladas de grãos
(soja, milho e feijão), com um
crescimento de 25% em relação
ao ano passado. Esses números,
do Deral (Departamento de
Economia Rural), levam em
consideração somente a safra
de verão (plantio entre setembro/outubro e colheita até
maio do próximo ano).
O Paraná deve saltar de 9,4
milhões de toneladas de soja,
na safra passada, para 13,4 milhões neste ano. Mesmo o milho, que perdeu 27% de sua
área em relação à safra anterior, deverá colher o mesmo
neste ano, em torno de 6,5 milhões de toneladas.
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