São Paulo, terça-feira, 09 de janeiro de 2007

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Financiamento do banco para o setor de telecomunicações é o maior desde 2001

DA SUCURSAL DO RIO

Os desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o setor de telecomunicações somaram R$ 2,1 bilhões em 2006. A cifra representa o maior valor já liberado pelo banco para o setor desde 2001, quando as empresas ainda realizavam investimentos para cumprir as metas da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O valor dos desembolsos foi influenciado, em parte, pela liberação da primeira parcela de financiamentos vultosos aprovados pelo banco para Telemar (R$ 2,4 bilhões) e Brasil Telecom (R$ 2,1 bilhões). Esses empréstimos são alguns dos maiores já aprovados na história do BNDES.
De acordo com os dados do banco, as empresas de telecomunicações vão investir R$ 58 bilhões no período de 2007 a 2010. O patamar de investimento é similar ao verificado nos últimos quatro anos, mas a participação do banco deve crescer. Os financiamentos do BNDES deverão saltar de R$ 3,8 bilhões de 2002 a 2005 para R$ 9 bilhões de 2007 a 2010.
Segundo Alan Fischler, chefe do Departamento de Telecomunicações do BNDES, o banco espera que outras operadoras recorram a empréstimos e que as empresas que já obtiveram financiamentos decidam investir em novos projetos. "O financiamento do banco é proporcional à quantidade de investimento previsto para equipamentos e serviços nacionais. A indústria nacional já está em linha com o que se produz lá fora, e há grande presença de multinacionais no país", disse.
O sinal de que o setor está disposto a investir mais no futuro é o aumento no volume de aprovações. Em 2006, elas somaram R$ 4,5 bilhões, um resultado 150% superior ao de 2005 (R$ 1,8 bilhão). Trata-se do maior volume de aprovações de pedidos de financiamento desde 2000.
Nem mesmo o cenário de aquisições e fusões previsto para o setor deverá reduzir o fôlego do empresariado para a realização de novos investimentos. "As projeções incluem a hipótese de fusões. O investimento é guiado mais pelo número de clientes do que pelo número de empresas. O desenho do setor no Brasil já está mais ou menos pronto", disse.
O foco dos investimentos, no entanto, sofreu mudanças significativas. As empresas priorizam agora o aporte de recursos em tecnologia. A expansão da área de cobertura e da capacidade cresce em ritmo menor e deu lugar a investimentos em novas plataformas tecnológicas e atualização tecnológica da rede com oferta de novos serviços. A convergência de serviços passou a ser prioridade, e a disputa entre operadoras e TVs a cabo na oferta de banda larga acirrou ainda mais a disputa.
"Haverá uma disputa por um leque maior de serviços. O cliente prefere se relacionar com um pacote de serviços e uma única conta. Todas as empresas querem oferecer serviços convergentes, como TV por assinatura, voz e dados", disse. Segundo Fischler, quanto maior a oferta de serviços por cliente, maior a fidelização.
(JL)

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