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Financiamento do banco para o setor de telecomunicações é o maior desde 2001
DA SUCURSAL DO RIO
Os desembolsos do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
para o setor de telecomunicações somaram R$ 2,1 bilhões
em 2006. A cifra representa o
maior valor já liberado pelo
banco para o setor desde 2001,
quando as empresas ainda realizavam investimentos para
cumprir as metas da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações).
O valor dos desembolsos foi
influenciado, em parte, pela liberação da primeira parcela de
financiamentos vultosos aprovados pelo banco para Telemar
(R$ 2,4 bilhões) e Brasil Telecom (R$ 2,1 bilhões). Esses empréstimos são alguns dos maiores já aprovados na história do
BNDES.
De acordo com os dados do
banco, as empresas de telecomunicações vão investir R$ 58
bilhões no período de 2007 a
2010. O patamar de investimento é similar ao verificado
nos últimos quatro anos, mas a
participação do banco deve
crescer. Os financiamentos do
BNDES deverão saltar de R$
3,8 bilhões de 2002 a 2005 para
R$ 9 bilhões de 2007 a 2010.
Segundo Alan Fischler, chefe
do Departamento de Telecomunicações do BNDES, o banco espera que outras operadoras recorram a empréstimos e
que as empresas que já obtiveram financiamentos decidam
investir em novos projetos. "O
financiamento do banco é proporcional à quantidade de investimento previsto para equipamentos e serviços nacionais.
A indústria nacional já está em
linha com o que se produz lá fora, e há grande presença de
multinacionais no país", disse.
O sinal de que o setor está
disposto a investir mais no futuro é o aumento no volume de
aprovações. Em 2006, elas somaram R$ 4,5 bilhões, um resultado 150% superior ao de
2005 (R$ 1,8 bilhão). Trata-se
do maior volume de aprovações
de pedidos de financiamento
desde 2000.
Nem mesmo o cenário de
aquisições e fusões previsto para o setor deverá reduzir o fôlego do empresariado para a realização de novos investimentos. "As projeções incluem a hipótese de fusões. O investimento é guiado mais pelo número
de clientes do que pelo número
de empresas. O desenho do setor no Brasil já está mais ou menos pronto", disse.
O foco dos investimentos, no
entanto, sofreu mudanças significativas. As empresas priorizam agora o aporte de recursos
em tecnologia. A expansão da
área de cobertura e da capacidade cresce em ritmo menor e
deu lugar a investimentos em
novas plataformas tecnológicas
e atualização tecnológica da rede com oferta de novos serviços. A convergência de serviços
passou a ser prioridade, e a disputa entre operadoras e TVs a
cabo na oferta de banda larga
acirrou ainda mais a disputa.
"Haverá uma disputa por um
leque maior de serviços. O
cliente prefere se relacionar
com um pacote de serviços e
uma única conta. Todas as empresas querem oferecer serviços convergentes, como TV por
assinatura, voz e dados", disse.
Segundo Fischler, quanto
maior a oferta de serviços por
cliente, maior a fidelização.
(JL)
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