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BC vê sistema financeiro mais flexível
Medidas como a portabilidade de crédito reduzirão rigidez, diz Meirelles
Em encontro de bancos centrais na Suíça, presidente do BC sugere que permanecerá no posto no segundo mandato de Lula
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL À BASILÉIA
Consolidada a estabilidade
de preços, o Brasil está tomando medidas para destravar a
produção e flexibilizar o setor
financeiro para crescer acima
dos 3,8% que o Banco Central
prevê para este ano, disse ontem o presidente do BC, Henrique Meirelles, na Basiléia (Suíça), onde participou da reunião
bimestral de presidentes de
BCs no Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Ao falar sobre os planos para
acabar com o que o diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato,
classificou anteontem de "rigidez do setor financeiro" que
prejudica o crescimento brasileiro, Meirelles citou projetos
já definidos, como a conta-salário, e outros ainda em discussão, como a portabilidade do
crédito -que permitiria fazer
empréstimos em uma instituição, a taxas de juros menores,
para pagar dívidas em outra.
Meirelles também destacou
a Central de Riscos do BC, que
tem o histórico de crédito de
pessoas físicas e jurídicas e pode ser consultado por bancos
autorizados pelo cliente. "A
central cobre operações acima
de R$ 5.000, mas até o meio do
ano queremos que cubra todas
acima de R$ 3.000 e, em 2008,
acima de R$ 1.000."
Meirelles voltou a defender a
tese de que a manutenção da
inflação dentro da meta é crucial para o crescimento.
Segundo ele, há um consenso
entre os presidentes de BCs de
que projetos para crescer que
causem um aumento da inflação são "coisa do passado".
Acordo Brasil-Argentina
O presidente do BC também
deu mais detalhes sobre a negociação entre Brasil e Argentina
para que as exportações dos
dois países sejam pagas nas
moedas locais, evitando os custos da conversão para o dólar.
Segundo Meirelles, uma reunião bilateral em fevereiro,
após o encontro dos BCs do
Mercosul em São Paulo, vai estabelecer procedimentos técnicos para a conversão direta, que
está prevista para entrar em vigor até o meio deste ano.
Permanência no BC
Sempre evasivo ao falar sobre sua permanência no BC,
Meirelles chegou o mais próximo de uma confirmação até
agora ao comentar o pedido de
mudanças na diretoria feito por
servidores do banco ligados ao
PT. "Não recebi nenhum pedido formal dos servidores do BC.
A partir do momento em que o
presidente anunciar a composição de seu ministério, vamos
analisar os projetos pessoais de
cada diretor e o meu plano de
trabalho, e decidiremos", afirmou o presidente do BC.
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