São Paulo, quarta-feira, 09 de janeiro de 2008

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Alta dos preços dos alimentos pode durar, diz Banco Mundial

DA REDAÇÃO

Ao contrário do que aconteceu em outros períodos de alta nos preços dos alimentos, como na década de 70 e em 1995-96, o atual momento de elevados preços desses produtos pode durar mais que dois, três anos, segundo o Bird.
Para a instituição, a diferença agora é que o aumento nos preços dos alimentos está ligado diretamente aos custos de energia. Se os preços de energia continuarem altos, o Banco Mundial diz ser improvável uma queda significativa nos custos dos alimentos.
"No longo prazo, os estoques de alimentos devem subir, e os preços, cair, mas os aumentos nos preços devem continuar por muitos anos. Desta maneira, a maioria dos países não poderá proteger seus consumidores [dessas altas]", diz o documento do organismo.
A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) tem feito alertas sobre o uso de produtos agrícolas na fabricação de biocombustíveis. Para o diretor-geral da entidade da ONU, Jacques Diouf, a alta nos preços dos alimentos pode trazer "tensão social" para os países em desenvolvimento.
Com os altos preços do petróleo, que chegou a estar cotado a US$ 100 na semana passada, muitos países têm investido na produção de biocombustíveis, o que fez com que muitos agricultores adotassem outras culturas, como milho e cana-de-açúcar, usadas na fabricação de álcool, por exemplo.
Vários países vêm adotando medidas para tentar restringir o impacto dos preços dos alimentos em suas economias. A China, por exemplo, cuja inflação atingiu o seu mais alto nível em 11 anos (6,9% em novembro passado), anunciou em dezembro o fim dos incentivos fiscais para exportações de 84 produtos agrícolas. Os preços dos alimentos, que representam aproximadamente um terço do índice de inflação chinês, aumentaram 18,2% no penúltimo mês de 2007.


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