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Desemprego avança para 10% na zona do euro
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
Uma em cada dez pessoas
que vivem na zona do euro em
idade economicamente ativa
estava desempregada em novembro. É o maior índice registrado na região desde 1998; um
contingente estimado em 15,7
milhões que ganhou 3 milhões
de nomes em um ano e continua a inflar, apesar dos sinais
de arrefecimento da crise.
Se analisados todos os 27 países da União Europeia, o número sobe para 22,9 milhões de
pessoas, ou 9,5% da população
economicamente ativa -um
recorde na série aberta em
2000, informou o Eurostat, órgão estatístico do bloco.
Em outubro, o índice de desemprego era de 9,9% na zona
do euro e de 9,4% na UE. Apesar de o avanço ter sido percentualmente inócuo, ele significa
que mais 185 mil pessoas perderam o emprego em um mês.
Na comparação com 2008, o
salto é bem maior: de dois pontos em ambos os casos, ou 4,9
milhões de pessoas na UE.
A falta de trabalho é uma das
maiores preocupações -senão
a maior- da região em 2010,
definido pela comissão europeia como "Ano do Combate à
Pobreza e à Exclusão".
Embora tenha aumentado
menos abruptamente do que
nos EUA, analistas preveem
que o índice demore a diminuir
mais na Europa do que do outro lado do Atlântico, onde os
atuais 10% de novembro já são
um recuo sobre outubro.
Isso porque a UE optou por
uma estratégia anticrise voltada para o mercado de trabalho,
criando turnos menores e postos temporários para conter a
sangria. Com a recuperação da
economia, a tendência é que
primeiro esses turnos curtos
sejam ampliados para só depois
o número de vagas crescer.
Nos EUA, onde as vagas foram simplesmente cortadas, a
reabertura diante do reaquecimento é quase automática.
Por conta desse atraso, a expectativa da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que
reúne 31 países ricos) é que o
desemprego no bloco continue
a subir pelo menos até 2011.
Jovens e espanhóis
A perda de vagas é especialmente grave entre os jovens de
até 25 anos -1 em cada 5 não
tem emprego. O salto de 4,5
pontos em um ano alimentou
temores de uma "geração perdida", excluída do mercado formal de trabalho e condenada a
engavetar os diplomas universitários e a viver de bicos.
Na Espanha, o pior caso, esse
número chega a espantosos
43,8% (em torno de 30% se a fatia for ampliada até os 30 anos).
O país também continua a
ser o campeão de desemprego
na Europa Ocidental, com um
índice de 19,4% que perde somente para a Letônia, cuja fila
mais do que dobrou de 10,2%
para 22,3% em um ano.
Dos 27 países membros, só a
Áustria registrou recuo na taxa
de outubro (5,6%) para novembro (5,5%). Quatro outros apresentaram estabilidade, sendo o
principal a Alemanha.
A maior economia europeia
tem seu desemprego congelado
em 7,6% desde setembro. Dos
outros dois motores do bloco, a
França seguiu a curva de 9,9%
para 10%, e o Reino Unido não
apresentou dados ainda para os
três últimos meses de 2009.
Em setembro a taxa no país era
de 7,9%.
O menor desemprego da
União Europeia está na pequena Holanda: invejáveis 3,9%.
Recessão
A Eurostat confirmou ontem
que o PIB da zona do euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre
de 2009 em relação aos três
meses anteriores, o que tirou a
região da recessão após cinco
trimestres de queda.
Os investimentos foram mais
fracos que o esperado, contudo,
conforme a revisão dos dados.
Os investimentos puxaram o
PIB em menos 0,2 ponto percentual, ante o anteriormente
reportado de menos 0,1 ponto.
Com a Reuters
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